01/10/10 12h59

Camargo investirá US$ 2,12 bi no país

Valor Econômico – 01/10/10

Para ganhar mais espaço e acompanhar a expansão do consumo de cimento no mercado brasileiro, que cresce a taxas anuais de dois dígitos, o grupo Camargo Corrêa definiu investimentos de R$ 3,6 bilhões (US$ 2,12 bilhões) de 2011 até 2016 em expansões e construção de novas fábricas. Esse montante faz parte do pacote de R$ 14 bilhões (US$ 8,24 bilhões) anunciado recentemente pelo grupo, que inclui a aquisição de 33% do capital da portuguesa Cimpor feita em fevereiro deste ano por R$ 3,5 bilhões (US$ 2,1 bilhões). A outra metade contempla a ampliação da controlada Loma Negra, na Argentina, e a entrada nos mercados de Angola, Moçambique e de outros países da América do Sul.

No Brasil, o plano de expansão eleva em 75% o tamanho da controlada Camargo Corrêa Cimentos no período sobre o volume atual de 8 milhões de toneladas. Humberto Junqueira de Farias, presidente das operações da CCC no país, diz que a visão do grupo é de que o consumo brasileiro, ainda um dos mais baixos do mundo, terá crescimento sustentável pelo menos até 2015. "Há muita obra de infraestrutura a ser realizada no país, demanda por obras industriais e comerciais e continuidade da demanda por moradias". A empresa encerrou 2009 com participação de 10% do mercado brasileiro, em terceiro lugar no ranking nacional. A meta é ir além de 15% daqui a cinco anos, para quando projeta consumo de 81 milhões de toneladas no Brasil. Para este ano, a previsão é vender 6 milhões de toneladas, ante consumo doméstico de 64 milhões de toneladas.

Com esse programa de investimento, a CCC pretende entrar de vez nos mercados do Nordeste - a região do país onde o consumo de cimento mais cresce - e do Norte. Está prevista uma grande fábrica em cada região. Cada unidade industrial será integrada - desde a extração de calcário, principal matéria-prima do cimento. Cada instalação desse tipo geralmente é desenhada para produzir pelo menos 1 milhão de toneladas e requer investimento de no mínimo US$ 250 milhões, informa o executivo, que no grupo já cuidou de negócios na área ambiental e por dois anos ficou à frente da Loma Negra, depois de adquirida em setembro de 2005. "Uma fábrica como essa leva no mínimo três anos para ficar pronta e o licenciamento ambiental pode demorar mais de um ano ano, dependendo do caso. É um dos pontos mais complicados nos projetos", diz.

As operações da CCC - que está atrás da Votorantim, líder, e do grupo João Santos no ranking nacional - estão concentradas na região Sudeste, principalmente em Minas Gerais - Pedro Leopoldo, Ijaci e Santana do Paraíso. No Sul, que é suprido pela fábrica de Apiaí, localizada no sul do Estado de São Paulo, também não tem unidades industriais. O primeiro passo desse programa de investimento, informa Farias, vai ocorrer daqui a um ano. A empresa pretende pôr em operação uma moagem de 800 mil toneladas em Cubatão (SP), próximo da siderúrgica da antiga Cosipa (hoje Usiminas) entre o terceiro e o quarto trimestre de 2011.