31/08/07 14h43

Camargo Corrêa fará casas destinadas à baixa renda

Folha de S. Paulo - 31/08/2007

A Camargo Corrêa adotou a estratégia Casas Bahia: vai vender moradias com prestações que cabem no bolso do consumidor - tão baratas quanto as de um carro popular. Para isso, ontem a CCDI (Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário), seu braço de incorporação imobiliária, anunciou a compra de 51% da HM, construtura de moradias populares de Bauru (SP), por R$ 50,6 milhões (US$ 27 milhões). É a primeira aquisição da CCDI, que abriu capital em janeiro. "Estudamos profundamente esse segmento no México, China, África do Sul, Espanha e Turquia", diz Roberto Perroni, diretor-superintendente da CCDI. "Queremos ter participação forte na área e vamos entrar em outros Estados, também por meio de aquisições." A entrada de grandes construtoras nesse segmento de mercado pode ser considerada um marco, dizem especialistas. Os preços das moradias irão variar de R$ 40 mil (US$ 21,3 mil) a R$ 100 mil (US$ 53,2 mil) e o público alvo são famílias que têm renda média de R$ 1.300 (US$ 691) por mês. As prestações ficam por volta de R$ 400 mensais (US$ 213). A CCDI pretende lançar 700 unidades populares em 2007, que representarão R$ 50 milhões em vendas (US$ 26,6 milhões). Com 30 anos de mercado, a HM já entregou 87 mil moradias populares em cidades como Campinas, São José do Rio Preto, Jundiaí, Barretos e Sumaré. No ano passado, a HM faturou R$ 65 milhões (US$ 29,9 milhões) e teve lucro líquido de R$ 9 milhões (US$ 4,13 milhões). Com a aquisição, a CCDI passa a ter R$ 2,15 bilhões (US$ 1,14 bilhão) de Valor Geral de Vendas (a receita potencial de seus lançamentos). Os atuais controladores da HM receberão R$ 10,6 milhões (US$ 5,6 milhões), e a CCDI aportará R$ 20 milhões (US$ 10,64 milhões) inicialmente e outros R$ 20 milhões (US$ 10,64 milhões) quando houver necessidade de novos investimentos. A CCDI tem ainda a opção de compra de mais 30% da HM, a ser concretizada no início de 2009. A empresa pretende que 50% de seus lançamentos sejam populares, até 2009.