16/05/12 14h12

Caixa quer dobrar empréstimos para óleo e gás

Brasil Econômico

Se meta for atingida, o banco deve liberar R$ 20 bilhões para empresas do setor este ano

A Caixa tem intensificado a atuação no financiamento de empresas da cadeia produtiva do setor de óleo e gás. Durante apresentação no seminário Accelerate Oil & Gas, que teve o apoio do BRASILECONÔMICO , a superintendente regional da instituição, Eugênia Regina de Melo, enfatizou o trabalho da companhia não só no objetivo de oferecer empréstimo a empresas do segmento como trabalhar pelo desenvolvimento de regiões onde estas empresas fornecedoras se instalam.

Segundo Eugênia, a Caixa emprestou R$ 10 bilhões no ano passado a corporações de diferentes portes e esse ano pretende dobrar o volume de financiamentos. Dinheiro, afirmou a executiva, não é problema. “O setor foi muito estudado pela instituição e promove desenvolvimento nas regiões onde se instala, como gerador de emprego e renda, além de criar uma cadeia de fornecedores em seu entorno, incluindo micro e pequenas empresas. Temos hoje em análise projetos que totalizam R$ 17 bilhões. Destes, R$ 8 bilhões são apenas para a indústria naval. Nossa meta é dobrar o volume de financiamentos do ano passado ”, diz Eugênia.

Os segmentos que mais procuram a Caixa para financiamento, segundo a executiva da instituição, são os de máquinas e equipamentos e de tecnologia. Mas a demanda vem desde fabricantes de parafusos a turbinas. Especificamente para os fornecedores da Petrobras que fazem parte do programa Progredir, a Caixa já liberou R$ 600 milhões em empréstimos para 117 projetos. A meta da Petrobras é realizar R$ 5 bilhões em financiamentos. O Progredir foi lançado em junho do ano passado e já fechou cerca de R$ 2 bilhões em financiamentos.

No último dia 7, a Petrobras divulgou uma lista de novos fornecedores que poderão ter acesso às linhas de crédito especiais. Entre eles estão os fornecedores do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), a Petrobras Biocombustíveis, a Petrobras Netherlands, uma subsidiária na Holanda e a Refinaria Abreu Lima. Além da Caixa, fazem parte do Progredir, como instituições que recebem projetos para financiamento, o Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, HSBC e Santander. “A Caixa é líder no programa. E na medida que os fornecedores vão conhecendo o processo de financiamento do portal, aumenta a demanda. Não há um teto para financiamento.

O problema existente é que fornecedores da Petrobras precisam entrar no portal e conhecer as linhas de financiamento.” Já Marcio Mello, diretor da empresa High Source Technology, outro participante do evento, criticou a falta de rodadas de blocos de petróleo no Brasil. Para ele, centenas de empresas podem participar da produção de petróleo no país e se tornarem “míni Petrobras”. Mas para isso é preciso abrir caminho com novas áreas para exploração. “O cavalo está passando e é preciso montar nele. É preciso viabilizar a abertura de áreas de exploração no país para que haja pujança no mercado”, disse.