24/08/07 11h04

Butori condiciona 5 milhões de carros à infra-estrutura

Gazeta Mercantil - 24/08/2007

Para o setor automotivo expandir a capacidade de produção de veículos para 5 milhões de unidades serão necessários investimentos de US$ 38 bilhões, segundo o presidente Sindicato Nacional dos Fabricantes de Componentes para Veículos Automo-tores (Sindipeças), Paulo Butori. O presidente do Sindipeças lembrou que, para elevar a capacidade de produção de 1,5 milhão de veículos em 1994 para 3,5 milhões de unidades em 2006, as montadoras e as autopeças investiram US$ 35 bilhões. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), dos US$ 35 bilhões aplicados no setor, cerca de US$ 15 bilhões foram para aumento de capacidade e o restante em atualização do parque industrial e em produtos. Na opinião de Butori, o crescimento do setor automotivo nos próximos cinco anos dependerá, além da reação do mercado brasileiro, também de investimentos em infra-estrutura e logística por parte do governo. O presidente do Sindipeças destacou que as dificuldades que algumas montadoras ainda têm para abastecer a linha de montagem de suas fábricas ocorre porque todas as montadoras decidiram aumentar a produção sem antes fazer um planejamento o que dificulta algumas empresa, principalmente os tiers 2 e 3, de fazer investimentos para acelerar a produção. Assim como a Anfavea o Sindipeças também preparou um estudo para estimular o crescimento do setor automotivo. O documento, segundo Butori, é um pedido da ministra da casa civil, Dilma Roussef, que se reuniu em São Paulo com presidentes das empresas de autopeças para expor Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Na pauta de reivindicações para estimular o crescimento do mercado automotivo brasileiro consta a redução de impostos, a viabilização do programa de renovação de frota, que ajudaria também a diminuir os níveis de emissões de poluentes, e maior facilidade de crédito para pequenas empresas. Segundo o presidente do Sindipeças, as empresas de nível 2 e 3, que fazem parte de toda a cadeia de produção da indústria automobilística, estão achatadas por anos seguidos de prejuízos e sem condições de recorrer ao BNDES para financiar novos investimentos. "Estamos preparando propostas para facilitar o acesso dessas empresas aos recursos oferecidos pelo banco", disse.