18/05/11 11h21

Burrill constitui fundo de US$ 200 milhões no Brasil

Valor Econômico

A gestora americana Burrill & Company, com mais de US$ 1 bilhão em ativos administrados nos Estados Unidos e em outros países, incluindo a Ásia, avança na captação de recursos para constituir um fundo de US$ 200 milhões que vai investir em empresas inovadoras no mercado brasileiro. Seis instituições, além da própria gestora, já se comprometeram a aplicar US$ 100 milhões no Burrill Brasil I, Fundo Mútuo de Investimento em Empresas Emergentes (FMIEE). A lista inclui BNDES, Finep, Fundo Multilateral de Investimentos (Fumin), do BID, Pfizer USA, Nossa Caixa Desenvolvimento e CAF.

A Burrill também está em estágio avançado de negociações com quatro investidores, cujos nomes são mantidos em sigilo, que podem aportar mais US$ 100 milhões no fundo. A possibilidade de captar US$ 200 milhões superou as expectativas iniciais da empresa que, no início de 2010, trabalhava com um número de US$ 100 milhões para o fundo. "Tivemos maior receptividade dos investidores locais", disse João Paulo Poiares Baptista, diretor da Burrill para a América Latina. Ele afirmou que o fundo vai fazer dois investimentos em empresas no Brasil ainda este ano.

As empresas a serem investidas faturam até R$ 150 milhões (US$ 93,8 milhões) por ano e atuam em atividades ligadas à inovação e ao que Baptista chama de "ciências da vida". A definição é ampla e inclui empresas especializadas na cura e no tratamento de saúde humana e animal e no desenvolvimento de tecnologias para biocombustíveis e produtos alimentares. O fundo investirá em empresas de capital fechado, mas também poderá fazê-lo em outras listadas em bolsa. "No portfólio, temos empresas cujo faturamento vai de zero até R$ 80 milhões (US$ 50 milhões) por ano", disse Baptista.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou que a constituição do fundo da Burrill foi autorizada em 14 de janeiro deste ano, mas o pedido de registro de funcionamento ainda não foi feito. O pedido pode ocorrer até 9 de janeiro de 2012. Segundo a autarquia, o FMIEE tem regime diferente do Fundo de Investimento em Participações (FIP). Primeiro, a CVM autoriza a constituição do fundo e somente após comprovada a subscrição da totalidade das cotas representativas do patrimônio inicial a autarquia concede o registro de funcionamento. A Burrill espera obter o registro do fundo no decorrer de junho.