22/07/10 11h30

Bunge planeja entrar na "petroquímica verde", diz executivo

DCI – 22/07/10

Prestes a concluir a integração operacional dos ativos de açúcar e álcool das usinas do Grupo Moema, a Bunge começa a traçar os seus planos de expansão no setor. E o crescimento previsto pela companhia passa pelo uso da cana-de-açúcar para a produção de insumos químicos, a chamada petroquímica verde. "Temos pesquisas contratadas com empresas parceiras, e estão indo bem. Podemos dizer que as perspectivas são ótimas", afirmou Pedro Parente, presidente da Bunge Brasil, em evento promovido ontem pela Câmara Americana de Comércio (Amcham).

No final do ano passado, a Bunge constituiu uma parceira com a companhia de biotecnologia norte-americana Amyris para o desenvolvimento de estudos visando o aproveitamento da cana-de-açúcar para a produção de insumos químicos, além de outros combustíveis, como o diesel. Segundo Parente, a flexibilidade da cana-de-açúcar, que pode ser usada para produzir açúcar, etanol, eletricidade e químicos, coloca essa cultura como um dos grandes produtos da economia brasileira.

"A cana-de-açúcar foi o grande produto do País no passado, é o grande produto do momento e será o produto do futuro, por conta, entre outros fatores, da possibilidade de produção de insumos químicos", ressaltou o executivo, reforçando que o setor sucroalcooleiro é prioridade nas operações da Bunge no Brasil. Atualmente, a empresa tem sete usinas em operação no País, localizadas nos estados de São Paulo, Minas Gerais e do Mato Grosso do Sul, além de estar construindo uma nova unidade no Tocantins.

Mesmo depois da aquisição dos ativos do grupo Moema, em fevereiro deste ano, Parente afirmou, em entrevista concedida ontem, que a Bunge ainda mantém o apetite por novas aquisições no setor sucroalcooleiro. "Dentro desse segmento, olhamos também os projetos brownfield, ou seja, a expansão dos ativos existentes", acrescentou o executivo. Segundo fontes do mercado, a Bunge também disputou a compra dos ativos de açúcar e álcool da Equipav, adquiridos pela indiana Shree Renuka Sugars.