14/07/10 07h14

Brookfield engorda vendas com escritórios

Valor Econômico

A venda da participação integral da Brookfield no empreendimento na Faria Lima por R$ 600 milhões (US$ 333 milhões), engordou os resultados da incorporadora no segundo trimestre e representou quase metade do total vendido pela empresa entre abril e junho. Apesar do impacto da negociação, as vendas da companhia tiveram alta em relação ao ano passado, seguindo a tendência do mercado imobiliário. Em ritmo acelerado de crescimento, todas as empresas que já apresentaram resultado (PDG Realty, Rodobens, Eztec, Even e Direcional) elevaram as vendas.

No segundo trimestre, a Brookfield (que reuniu Brascan, Company e MB Engenharia) vendeu R$ 1,2 bilhão (US$ 609 milhões), quase três vezes mais que no mesmo período do ano passado. No semestre, as vendas totalizaram R$ 1,8 bilhão (US$ 913,7 milhões), 107,7% acima dos seis primeiros meses de 2009. A participação do segmento de escritórios (corporativo e salas comerciais) representou 48,5% das vendas no semestre e ficou muito próximo do residencial. Além do prédio comercial na Faria Lima, a Brookfield vendeu R$ 198 milhões (US$ 110 milhões) de um empreendimento comercial no Distrito Federal.

Embora o desempenho de vendas dos escritórios tenha impulsionado o resultado da Brookfield, os dados de lançamentos mostram que a empresa está privilegiando os residenciais nos novos projetos. Os residenciais representaram 79% do total lançado no semestre (R$ 1,1 bilhão/US$ 611 milhões), as salas comerciais, 18%, e os corporativos, 3%. "Devemos manter essa proporção no segundo semestre", afirma Cristiano Machado, diretor executivo de finanças da Brookfield. "O foco da companhia são os residenciais para a classe média", acrescenta. Os apartamentos entre R$ 130 mil (US$ 72 mil) e R$ 500 mil (US$ 278 mil) devem representar 50% das vendas.

A Rodobens, com forte atuação no interior de São Paulo, lançou R$ 438 milhões (US$ 243 milhões) no semestre, alta de 65%. No segundo trimestre, foram lançados R$ 262 milhões (US$ 146 milhões), com alta de 49%. As vendas contratadas do primeiro semestre alcançaram R$ 414 milhões (US$ 230 milhões), um crescimento de 80% sobre o mesmo período do ano passado. A velocidade de vendas da companhia, que estava em 24% no segundo trimestre do ano passado, alcançou 33% entre abril e junho deste ano.

Na mesma linha, as vendas contratadas da Eztec - empresa com atuação concentrada em São Paulo na média renda - no semestre somaram R$ 425,2 milhões (US$ 236 milhões), alta de 34% sobre o mesmo período de 2009 (R$ 317,3 milhões/US$ 161 milhões). No semestre, os lançamentos da companhia somaram R$ 535,2 milhões (US$ 297,3 milhões), valor 48,1% superior aos R$ 361,3 milhões (US$ 183,4 milhões) dos primeiros seis meses de 2009. A Eztec tem como meta lançar entre R$ 700 milhões (US$ 389 milhões) e R$ 900 milhões (US$ 500 milhões) em 2010. No trimestre, a Even teve vendas contratadas de R$ 580 milhões (US$ 322 milhões), alta de 33,6% ante o volume apurado entre janeiro e março deste ano.