Britânica investe em pinhão-manso em SP
Valor Econômico - 25/10/2007
A D1-BP Fuel Crops Limited, joint venture criada em junho deste ano pelas empresas britânicas BP e D1 Oils, deu ontem o primeiro passo para a produção de pinhão-manso no Brasil. A empresa fechou acordo com produtores do município de Jales (SP) para o cultivo de 10 mil hectares da oleaginosa. As sementes serão esmagadas localmente e o óleo bruto será exportado ao Reino Unido para a produção de biodiesel para atender ao mercado europeu, informou ao Valor Steve Douty, diretor executivo da D1-BP. "Estamos buscando outros parceiros no Brasil para expandir o plantio do pinhão-manso a 300 mil hectares, no prazo de três anos", afirmou. De acordo com o executivo, a meta é tornar o Brasil um dos principais fornecedores da matéria-prima para a produção de biodiesel. A D1-BP foi criada para ser o braço produtor de biodiesel das empresas e tem como plano investir globalmente 160 milhões de libras (aproximadamente US$ 266 milhões) no plantio de 1 milhão de hectares de pinhão-manso no prazo de quatro anos, o que vai lhe render uma oferta anual média de 2 milhões de toneladas de óleo por ano. A D1 Oils já possui produção própria de 172 mil hectares, cultivados na Índia, África do Sul e sudeste da Ásia e que foi incorporada à joint-venture como capital. A D1-BP já iniciou projetos na Índia e no Brasil e estuda investir também no sudeste da Ásia, em países da África e outros da América Latina. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Pinhão-Manso (ABPPM), o plantio no país já ocupa 20 mil hectares, com produção comercial em Tocantins, Piauí, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. Conforme Douty, o pinhão-manso foi eleito pela empresa devido à sua alta resistência à seca, fácil adaptabilidade em diferentes países e também por ser um cultivo que não é utilizado para consumo e, portanto, não representa competição direta que possa reduzir a oferta de alimentos no mundo. "Como o pinhão pode ser cultivado em terras de menor valor agrícola e exige pouca irrigação, é uma excelente matéria-prima para o biodiesel", afirmou Phil New, presidente da BP Biofuels.