Britânica Highview Storage estuda parcerias no Brasil
Valor EconômicoA britânica Highview Power Storage, especializada em tecnologias de armazenamento de energia, está avaliando a possibilidade de desenvolver projetos no Brasil. Segundo o chefe de Desenvolvimento de Negócios da companhia, Matthew Barnett, a ideia é participar de projetos em parceria com o governo e empresas brasileiras.
"[O Brasil] é um mercado onde temos interesse em trabalhar em conjunto. Acredito que haja oportunidades e estamos olhando a possibilidade de desenvolver projetos de armazenamento de energia com ar líquido. Este ano será uma oportunidade para construir canais e parcerias globais, incluindo o Brasil, para explorar essa tecnologia e ajudar a ampliar o uso de fontes renováveis, auxiliando a rede elétrica", afirmou o executivo.
Conforme antecipado pelo Valor, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) prevê lançar no segundo semestre um programa de pesquisa e desenvolvimento estratégico sobre tecnologias de armazenamento de energia. No início de fevereiro, representantes da agência, de empresas e centros de pesquisa brasileiros viajaram ao Reino Unido para conhecer estudos e o estágio de projetos sobre o setor na região, em missão organizada pelo consulado britânico.
No Reino Unido, a Highview planeja iniciar a operação neste semestre de uma usina de 5 megawatts (MW) de capacidade instalada, e 15 megawatts-hora (MWh) de energia, nos arredores de Manchester, a partir do armazenamento de ar em forma líquida. Com investimentos de cerca de 8 milhões de libras (equivalente a cerca de R$ 45 milhões), o projeto está sendo implantado com recursos do Departamento de Energia e Mudanças Climáticas do Reino Unido (DECC, na sigla em inglês).
Fora do Reino Unido, a companhia arrematou contrato para estudar a viabilidade da tecnologia para a Marinha americana.
O custo da tecnologia - de 1 mil libras (R$ 6 mil) por quilowatt (kW) instalado - ainda não é competitivo em relação a outras fontes de energia. Barnett, porém, diz que o interesse das empresas sobre o tema está aumentando e que, em futuro próximo, será possível desenvolver projetos sem subsídios.
Um indicativo da viabilidade comercial é a previsão do operador do sistema elétrico britânico de realizar, no segundo semestre, um leilão para a contratação de até 200 MW de capacidade de projetos de armazenamento de energia.