28/05/10 10h44

Bridgestone planeja triplicar lojas para ônibus e caminhões

Valor Econômico

A Bridgestone, uma das maiores fabricantes de pneus do mundo, está ampliando a aposta na oferta de serviços, seja via softwares para gestão de frota e de pressão do ar, seja por meio da ampliação do número de lojas especializadas no atendimento a ônibus e caminhões, para sustentar o crescimento das vendas de seu produto final. Com papel de protagonista na execução desse pilar da estratégia da dona da marca Firestone, a Bridgestone Bandag Tire Solutions (BBTS), que nasceu da união da fabricante de pneus com a Bandag, uma das líderes mundiais em recapagem, prevê no Brasil crescimento de 30% no número de clientes assistidos por seus softwares e a abertura de pelo menos 30 novas franquias ao longo de 2010.

Até 2014, a meta é triplicar o número de lojas no país, ante as 100 em operação no ano passado, ampliando assim a oferta de pneus e serviços de freio, elétrica, lubrificação, suspensão e acessórios para ônibus e caminhões, além de produtos de conveniência, tanto para frotistas quanto autônomos. "Ao oferecer esses serviços, que resultam na redução de custos para o consumidor, estamos promovendo a fidelização do cliente", explica o gerente de marketing da divisão de carga da BBTS, Ricardo Drygalla. Para cumprir a meta de inaugurações, a BBTS estima que investirá anualmente cerca de US$ 3 milhões até 2014.

De acordo com o executivo, embora as lojas franqueadas sejam mais um canal de vendas de pneus da marca Firestone - por mês, cada unidade comercializa em média 40 unidades -, a finalidade do negócio não é a venda dos itens. "A ideia é oferecer uma solução completa. Não à toa a Bridgestone investiu mais de US$ 1 bilhão na compra da Bandag, que é uma empresa de recapagem (reforma) de pneus", afirma.

O investimento inicial em uma franquia da BBTS varia de R$ 150 mil (US$ 85,7 mil) a R$ 450 mil (US$ 257,1 mil), mas pode superar esse teto de acordo com o número de "famílias" de serviços oferecidos - apenas a venda de pneus é obrigatória em todas as unidades. O modelo de franquias, acrescenta o executivo, foi desenvolvido no Brasil e poderá ser levado a outros países do Mercosul. Nos Estados Unidos e na Europa, a BBTS tem lojas próprias. "Esse modelo de prestação de serviços adotado no Brasil já foi reconhecido como o modelo da corporação como um todo", acrescenta Drygalla. Das 30 lojas que devem ser abertas no país este ano, pelo menos a metade será instalada na região Sudeste. Atualmente, 12% das unidades em funcionamento seguem o modelo de concessão de marca, que não será mais utilizado, e 88% correspondem a franqueados.

Além da aposta na expansão da rede de franquias, a BBTS quer atrair clientes por meio da oferta de sistemas de gestão de pneus, desde um software gratuito que permite o controle das condições dos pneus até sistemas mais sofisticados, que possibilitam o gerenciamento de frotas, cujas licenças são comercializadas pela empresa. "Um dos principais fatores de perda de potencialidade e vida útil é a pressão do ar. Temos um sistema que permite a gestão disso", diz.

Para 2010, a Bridgestone, que fatura cerca de US$ 1 bilhão por ano no Brasil, trabalha com expectativa de crescimento de 25% nas vendas de pneus para caminhões e ônibus no mercado nacional, acima da projeção original, traçada no fim de 2009, quando a companhia esperava expansão de 18%. A produção nacional de pneus (considerando-se outros fabricantes) gira em torno de 4,5 milhões de unidades por ano e a recapagem, ou reforma, fica entre 7 milhões e 7,5 milhões por ano.