Bridgestone investe R$ 150 mi na região

A Bridgestone Firestone do Brasil vai investir R$ 150 milhões na fábrica de Santo André até 2016. A maior parte, cerca de R$ 105,3 milhões, será para modernizar as linhas de pneus de carros de passeio, sobretudo com o objetivo de aumentar a presença no segmento de reposição (oficinas e revendedores), em que a concorrência é acirrada, tanto com os produtores locais quanto com os importados. O restante, em torno de R$ 34,7 milhões, vai para a ampliação da linha agrícola radial. O aporte deve significar acréscimo de 10% na capacidade produtiva da planta fabril na região, que hoje é de 26 mil pneus por dia.

Além da área de reposição, a companhia quer fortalecer suas exportações. Atualmente, a empresa tem cerca de 12% das vendas destinadas ao Exterior (7% no caso da unidade de Santo André) e a meta é atingir 20% em 2015. Para isso, a Bridgestone está redirecionando seus esforços a fim de atender os Estados Unidos, com a intenção de que esse destino represente 70% de seus embarques a outras países. Atualmente, é a Argentina que ocupa essa posição de destaque, com quase 70% do que é vendido ao Exterior.

O executivo argentino Ariel Depascuali, que presidia a empresa desde 2010 e está passando o cargo para Fabio Fossen – ex-diretor comercial da Coca Cola Femsa no Brasil – citou que alguns fatores colaboram para crescer no comércio externo, como o câmbio mais favorável para vender a outros países. Há quatro anos, o dólar estava em R$ 1,70 e, agora, foi a R$ 2,60. Houve também avanços tecnológicos que possibilitaram à empresa se tornar mais competitiva. Já no atendimento a montadoras, o executivo prevê que 2015 será um ano difícil, como foi 2014. Neste ano, de acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), as vendas de carros novos devem recuar 5,4%.

INVESTIMENTO - A Prefeitura de Santo André informou, no início do ano, que a Bridgestone investiria US$ 425 milhões entre 2013 e 2018 na fábrica de Santo André. A informação, segundo a administração municipal, na época, havia sido passada pela própria direção da fabricante.

Depascuali disse que o valor está correto, mas que o montante deve ser aportado em todo o Brasil e não apenas em Santo André, e em prazo mais longo. Ele acrescentou que não há ainda como saber quanto será aportado em cada fábrica no País pelo grupo japonês.

Fabricante admitiu 150 pessoas em Santo André neste ano

Ao contrário de outras empresas do ramo automotivo, a Bridgestone tem ampliado seu quadro de pessoal neste ano. A fábrica de Santo André, que produz hoje 26 mil pneus por dia (dos quais, em média, 21 mil são de carros de passeio e outros 5.000 de caminhões e uso agrícola), está com 150 empregos a mais em relação a 2013. Atualmente, existem cerca de 3.200 funcionários.

Um dos fatores para isso é o crescimento de vendas e melhoria de participação de mercado (números que a companhia não revela quais são, por questões estratégicas), o que, segundo Ariel Depascuali, que comandava a empresa até o início do mês, está ligada à estratégia de investir na melhoria tecnológica. Há, por exemplo, a aposta em projetos de pneus ecológicos, que reduzem a resistência ao rolamento e permitem a redução do consumo de combustíveis, que é o foco das montadoras para que consigam atingir metas fixadas no programa Inovar Auto, do governo federal, de diminuição de emissão de poluentes.

Além disso, a fabricante também procura tornar a marca mais conhecida para o consumidor. O novo presidente da companhia, Fabio Fossen, assume o cargo com o desafio de fazer com a empresa seja líder no País nos próximos anos. Atualmente, a Bridgestone está entre as três maiores, junto com a Pirelli e a Goodyear. Uma das estratégias para isso será o fortalecimento e a expansão dos canais de vendas de produtos. A Bridgestone possui hoje mais de 590 pontos de venda exclusivos no varejo, cinco lojas próprias de fábrica (CarClube Firestone) e três grandes centros de distribuição para revendas multimarcas, além do comércio eletrônico no site da empresa.