11/12/09 11h52

Brastubo busca alianças e parcerias no Brasil e exterior

Valor Econômico

Alianças e parcerias. Esse é o caminho que Aldo Narcisi, dono e presidente da tradicional fabricante de tubos de aço paulista Brastubo, vislumbra para que sua empresa cresça e sobreviva. Depois de alguns anos de vacas magras do mercado nacional nesta década - de 2002 a 2005 -, que levaram por água abaixo planos mais ousados de expansão e até internacionalização, a fabricante se ajustou e a partir de 2006, com a retomada da economia do país e de grandes obras de infraestrutura, viu suas vendas se reacenderem. O faturamento de 2009 deve fechar com crescimento de 50% sobre o ano passado, em R$ 240 milhões (US$ 139,5 milhões), e 2010 promete crescer mais, graças principalmente a contratos em obras vinculadas ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. Segundo o empresário, a empresa tem atualmente em carteira contratos que somam R$ 200 milhões (US$ 116,3 milhões).

Nos últimos anos, a Brastubo reuniu todas suas operações, espalhadas por vários locais, em Cubatão e São Vicente, na Baixada Santista. A primeira unidade está focada em tubos de aço soldados - capacidade de 10 mil toneladas por mês - e a segunda em tubos de polietileno de alta densidade, apta a fazer 3 mil toneladas mensais. "Nosso foco hoje são as obras de saneamento; estamos presentes em vários projetos espalhados pelo país", diz o empresário. Mas agora a fabricante planeja e vê como fundamental voltar a ser fornecedora no segmento de óleo e gás, que deverá crescer com as novas descobertas, principalmente nos campos do pré-sal na Bacia de Santos. Mas para isso , a Brastubo terá de investir em modernização, adaptação e expansão de suas instalações.

Narcisi informa que isso vai requerer de R$ 40 milhões (US$ 23,3 milhões) a R$ 60 milhões (US$ 34,9 milhões), recursos que seriam bem-vindos de um parceiro. O plano é estar em condições de atender os pedidos da Petrobras e seus fornecedores já no fim de 2010. "Queremos alguém com conhecimento do negócio de petróleo e que tenha tecnologia", afirma. Nesse portfólio de fornecimento entram materiais diversos para plataformas, perfuração de poços e transporte de óleo.

No negócio de tubos de polietileno, com o qual no atual porte tem condições de faturar em torno de R$ 70 milhões (US$ 40,7 milhões) ao ano, recentemente firmou parceria com a chilena Tehmco, que faz produtos principalmente para o setor de mineração. "Juntas, as duas passaram a ser a maior do mundo nesse segmento", aponta. O alvo da união são obras da área de saneamento.

A fabricante, que emprega 600 funcionários, já foi uma grande exportadora de tubos, mas hoje os embarques não passam de 10% do total das vendas. Nos áureos tempos, atingiu metade do volume comercializado. "Com o câmbio atual do país não conseguimos competir", lamenta-se.