15/03/11 11h25

Braskem vai elevar produção em Paulínia

Valor Econômico

Encravado no polo industrial de Paulínia, a 130 quilômetros de São Paulo, em uma área antes ocupada por laranjais devastados, o complexo petroquímico da Braskem, o PP 3, recebeu investimentos milionários para tornar-se um dos maiores redutos de produção de polipropileno (PP) do Brasil e um dos principais da América Latina.

Dois anos após a sua inauguração, esse projeto será reavaliado. O PP 3, que consumiu US$ 350 milhões para ser erguido do zero, com capacidade de produção de 300 mil toneladas de polipropileno por ano, deverá receber mais aporte. Desta vez serão injetados mais US$ 50 milhões para elevar a produção dessa unidade em mais 100 mil toneladas para dar conta da boa demanda nos mercados interno e externo."Esses investimentos serão submetidos à aprovação do conselho de administração da Braskem ainda neste semestre", afirma Eduardo Carnaúba, gerente-geral da unidade de Paulínia.

Esse complexo foi concebido para operar integrado com a refinaria da Petrobras, a Refinaria do Planalto Paulista (Replan), localizada apenas a poucos metros dali, e foi montado com os chamados equipamentos "estado da arte". Àquela época, esperava-se que essa unidade, como foi originalmente projetada, atingisse plena capacidade de operação em até três ou quatro anos. Para não criar um gargalo, a petroquímica receberá este ano investimentos marginais, para ajustes de equipamentos, o que permite elevar a produção em mais 50 mil toneladas/ano, segundo Carnaúba. Com a aprovação do conselho dos aportes de US$ 50 milhões, a expansão da capacidade deverá ser implementada a partir de 2012, totalizando uma produção de até 450 mil toneladas anuais de PP. Atualmente, cerca de 30% da produção dessa unidade é exportada.

Dos laranjais abandonados, quase nada restou. A área verde apenas margeia a parte externa da petroquímica, que nem de longe lembra o cenário bucólico que um dia foi. O verde cedeu espaço para extensas tubulações e blocos de concreto. Invisíveis, dutos ligando a refinaria à petroquímica transportam, ininterruptamente, o propeno (em forma de gás liquefeito) - principal matéria-prima para o PP - da Replan até a fábrica da Braskem. Carnaúba explica que 80% do propeno consumido é transportado via tubulações da refinaria da estatal e outros 20% são abastecidos pela Refinaria Henrique Lages (Revap), de São José dos Campos, também da Petrobras, chegando ao complexo transportados por carretas.

A produção de polipropileno do grupo totaliza cerca de 2 milhões de toneladas por ano, dos quais metade sai das unidades da Braskem e a outra parte pelas fábricas da Quattor, incorporada no ano passado pela petroquímica. Ao todo são seis unidades de polipropileno do grupo, três delas no Rio Grande do Sul, a de Paulínia, uma em Mauá, Rio de Janeiro e Bahia. A Braskem conta com 31 unidades produtoras, das quais 28 no Brasil e três nos Estados Unidos.