15/06/10 10h46

Brasileiro gasta mais com bem-estar em casa

Valor Econômico

O setor de produtos de limpeza vai crescer entre 10% a 12% no primeiro semestre de 2010 e pode fechar o ano nessa taxa de expansão - fato considerado simbólico para as indústrias do segmento. Será a primeira vez que as companhias registram alta nas vendas de dois dígitos no Brasil, revela a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (Abipla). Em parte, esse desempenho é reflexo de uma mudança de postura no comportamento do brasileiro.

As indústrias têm verificado aumento na demanda por mercadorias ligadas ao bem-estar das famílias, e não apenas à limpeza da casa. Como esses produtos têm preços acima da média da cesta de itens de limpeza, o maior consumo acaba puxando o faturamento para cima. É um novo comportamento de compra que agrada em cheio as companhias. Essas mercadorias, como desodorizadores de ambiente e purificadores de ar, registram margens de retorno mais elevadas e são uma porta de entrada para ampliação da linha para outros produtos de maior valor agregado.

No Anuário Abipla 2010, a ser lançado amanhã pela entidade, o faturamento das empresas de limpeza cresceu 7% em 2009 e atingiu R$ 12,2 bilhões (US$ 6,2 bilhões). Em volume, a alta atingiu 8%. Segundo o relatório, um dos destaques é a categoria de purificadores de ar, produtos em formato aerosol com diversas fragrâncias, fabricados pelas Ceras Johnson e Reckitt-Benckiser. Nessa categoria, a expansão no volume comercializado foi de 21,7%, mais de duas vezes a velocidade de crescimento do setor de limpeza. Não se trata nesse caso de uma base de comparação baixa, e portanto, comprometida. O segmento apurava altas próximas à média do setor nos últimos anos.

Entre os produtos que trazem maior praticidade, os limpadores multiuso ainda se mantém na lista dos campeões de venda. Dados da Abipla mostram aumento de 14,3% no volume vendido em 2009. Responsável por 30% da receita do setor, o sabão em pó e líquido apurou desempenho acima da média. Em faturamento no ano passado, a elevação foi de quase 10% - uma alta obtida sem aumento de preço. A Unilever, líder com a marca Omo, informou que não fez alterações em suas tabelas ao varejo. "Nosso preço não teve variação forte nos últimos anos. Os ganhos na venda acontecem por aumento na quantidade vendida", afirmou Priya Patel diretora de marketing de higiene e limpeza da Unilever.