28/07/09 10h23

Brasil vira alternativa para as marcas de luxo

DCI

Diferentemente de outros mercados saturados, e com impacto negativo maior por conta da crise financeira mundial, o Brasil se sobressai e vira destaque nos planos de redes de produtos de luxo, por ainda possuir potencial consumidor, segundo especialistas em varejo para os públicos A e B. O cenário interno despertou a atenção de grifes que abrem, pela primeira vez, lojas próprias em território brasileiro, como a francesa Hermès e a Carolina Herrera, que inaugurarão lojas em São Paulo este ano. Além delas, redes nacionais como a de joalherias Manoel Bernardes, mantém planos de expansão. A empresa negocia com marcas internacionais para passar a comercializá-las aqui, de olho em uma fatia dos cerca de US$ 4,3 bilhões movimentados por esse mercado de glamour.

De acordo com o Shopping Cidade Jardim, administrado pela JSFH, está prevista a abertura de novas marcas no empreendimento, instalado há pouco mais de um ano em São Paulo. O local veio fazer frente a outros centros de compras destinados ao segmento de luxo, como é o Shopping Iguatemi, e outros empreendimentos da Iguatemi Empresa de Shopping Centers (IESC). Segundo o empreendimento, estão confirmadas no Cidade Jardim, que recebe atualmente 35 mil consumidores por semana, as lojas da Hermès, em setembro, e Carolina Herrera, em outubro.

Outra área que se interessa pelos consumidores brasileiros é a de venda de joias. Segundo Vera Lopes, diretora da Luxury Marketing Concil (LCM) - entidade internacional que reúne mais de 800 empresas -, o Brasil continua a atrair, sim, novas empresas de luxo, como a marca de joias Platinum Guild International, além de outra marca italiana que a procuraram para estudar o mercado brasileiro. A diretora afirma que nenhum dos 33 associados da organização no País informou estar com problemas financeiros em função da crise. Ao contrário, devem fechar o ano estáveis ou ainda com crescimentos em relação a 2008. Vera destaca ser crescente o número de empresas que querem atender a classe A, ampliando seu público, como as operadoras de telefonia Claro, associada da LCM como Claro A.

Já a rede de joalherias Manoel Bernardes, que conta com 4 lojas em Belo Horizonte (MG), e tem produtos vendidos em 50 pontos-de-venda no Brasil, além de operar 2 lojas da marca Montblanc e 3 da Swatch Stores, também vê potencial de crescer no mercado interno. Por isso, a rede está negociando com marcas de joias e relógios que ainda não atuam no Brasil para vender seus produtos aqui. O presidente da rede, Manoel Bernardes, acredita que grandes marcas têm planos a longo prazo e querem explorar negócios no País.