21/01/08 11h00

Brasil vigiará carne da Rússia

Gazeta Mercantil - 21/01/2008

A Rússia assinou um termo de compromisso com o Brasil que permite dobrar a responsabilidade brasileira na fiscalização de carne bovina destinada àquele país. Além disso, o governo russo prevê abrir mercado para cerca de 40 frigoríficos que poderão voltar a exportar para lá. Eles estavam sofrendo embargo por causa de um foco de febre aftosa identificado em 2005. A medida foi comemorada pelo setor produtivo. Atualmente, cerca de 160 empresas brasileiras exportam carne para Rússia, principal cliente do País no segmento e responde por 15% das vendas de carne bovina e 70% das de suína. Em 2007, foram embarcadas cerca de 945 mil toneladas no total, o equivalente a US$ 1,98 bilhão, 23,87% a mais que em 2006. Pelo acordo, os fiscais do Serviço Federal de Inspeção (SIF) do Brasil assumem a responsabilidade pela qualidade das carnes que são embarcadas para a Rússia. Antes, o serviço era realizado em conjunto com veterinários russos, que agora farão a vistoria no destino. Porém, se a carne brasileira chegar com algum problema sanitário, a empresa exportadora terá de arcar com o prejuízo, como frete de exportação e de taxas de permanência. O acordo foi protocolado sexta-feira pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura do Brasil, Inácio Kroetz, e o diretor do Serviço Federal de Supervisão Sanitária e Fitossanitária da Rússia, Serguey Dankvert. Na ocasião, o governo russo solicitou a inspeção de 40 frigoríficos brasileiros, a serem analisados por uma missão de oito veterinários russos nos próximos dias. Os veterinários vão verificar o cumprimento das exigências sanitárias e ver a possibilidade de eles voltarem a exportar. Entretanto, o pedido excluiu dessa lista empresas de Santa Catarina, o maior produtor nacional de carne suína. Foram selecionadas empresas localizadas em São Paulo, Amazonas, Roraima, Acre, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Pará, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.