21/02/11 11h43

Brasil ultrapassa Reino Unido e chega ao quarto lugar

Valor Econômico

O mercado brasileiro consumiu 13,7 milhões de computadores no ano passado e subiu da quinta para a quarta posição entre os países que mais vendem PCs no mundo, mostra a consultoria IDC. Com o resultado, o Brasil ultrapassou o Reino Unido em um ranking que tem os Estados Unidos na liderança, seguido por China e Japão. As vendas de notebooks, netbooks e desktops no país cresceram 23,5% em relação ao resultado de 2009, quando o setor vendeu 11,1 milhões de unidades e enfrentou sua primeira queda histórica - recuo de 6,5% em relação a 2008 - um reflexo da crise econômica global.

O comportamento do mercado em 2010 superou as expectativas da consultoria, que projetava 13,2 milhões de computadores vendidos no ano passado. O desempenho foi impulsionado por conta dos preços mais agressivos fixados pelos fabricantes internacionais e seguidos pelos fornecedores brasileiros. "O foco no país passou a ser obrigação por conta do crescimento econômico", observa o gerente de pesquisas do IDC, Luciano Crippa. "Além disso, nossa base potencial de usuários ainda é muito grande, enquanto em mercados mais maduros a briga está nos tablets e netbooks".

A agressividade dos fabricantes resultou na antecipação de promoções para o terceiro trimestre de 2010, uma prática pouco comum no mercado. Mesmo assim, as vendas natalinas colaboraram para um total de 3,6 milhões de máquinas vendidas entre outubro e dezembro, superando em 15% as vendas do quarto trimestre de 2009. Crippa avalia que 2011 será o ano da virada nas vendas de computadores portáteis, que passarão a representar 51% das máquinas vendidas no país. Em 2010, a participação foi de 45%.

O fenômeno já aconteceu no mercado residencial: no ano passado, os consumidores compraram mais equipamentos portáteis para suas casas (56,5%) do que computadores de mesa. Crippa diz acreditar também, que, para 2011, as vendas de tablets farão diferença no mercado. Com a projeção de venda de 300 mil unidades desse tipo de produto em 2011, os equipamentos portáteis (notebooks, netbooks e tablets) podem representar 67% dos equipamentos comprados para uso residencial.

Entre as empresas - responsáveis por 27% das máquinas vendidos em 2010 -, os desktops continuam reinando, mas há espaço para computadores de mão. "Hoje, mais de 70% das máquinas compradas pelas empresas são desktops, mas há um fator interessante que é a entrada dos tablets que tenho visto nas mãos de muitos executivos em reuniões", observa o analista do IDC. Segundo Crippa, as vendas de PCs para empresas, incluindo os setores de governo e educação, cresceram 20% no ano passado, após uma queda de 22% em 2009. "Esperamos que a recuperação aconteça ao longo de 2011", diz o analista.

Para o IDC, os tablets vieram para ficar e incomodar o mercado de netbooks, cujas vendas somaram 1,5 milhão de unidades em 2010 - bem abaixo dos 3,5 milhões de portáteis previstos. A projeção para 2011, entretanto, é de crescimento para 2,6 milhões de unidades. No mercado brasileiro, segundo Crippa, os netbooks perderão a vez em 2013. O crescimento de 14,5% do mercado de PCs em 2011 é considerado saudável pelo IDC e deve manter o país na quarta posição do mercado pelo menos até 2014. Ele considera a projeção bastante otimista diante da concorrência que o país enfrenta no topo do ranking.