12/09/07 10h57

Brasil troca baixo custo por competitividade

Valor Econômico - 12/09/2007

A valorização do real tirou o Brasil do mapa das regiões de baixo custo de produção de veículos. Mas isso não é de todo ruim porque o país consegue manter competitividade, segundo o presidente mundial da Renault, Carlos Ghosn. É por isso que todas as montadoras continuam apostando nas fábricas brasileiras. Presidentes mundiais de outras empresas do setor, como Rick Wagoner, da General Motors, dizem que vão continuar investindo no aumento da capacidade das linhas brasileiras. A menos de dois meses da sua primeira visita ao Brasil, o novo presidente da Volkswagen, Martin Winterkorn, concorda. Mas sugere uma carga tributária menor para a importação de carros da Europa. Para Ghosn, na questão de baixo custo, o Brasil vem perdendo espaço para países como Turquia e Romênia. Mesmo assim, mantém-se competitivo. Ele cita que a capacidade de ser competitivo envolve também questões como qualidade da força de trabalho e produtividade. E não só custos baixos. Para ele, a nova condição também traz vantagens. "Há um tremendo desenvolvimento hoje no Brasil e foi essa capacidade de desenvolvimento que levou a uma mudança de valor da moeda e dos recursos", diz. O setor, portanto, continua a apostar no potencial brasileiro. Wagoner diz que a General Motors vai se preparar para fazer expansões com vistas a utilizar toda a capacidade das fábricas que já possui no Brasil. Isso significa abrir o terceiro turno. "Estamos enxergando mais crescimento", afirma.