30/06/23 15h12

Brasil terá cinco novas plantas industriais de Hidrogênio Verde com investimento de R$ 26 Bilhões

BVMI

A equipe InduXdata Field validou na manhã desta sexta-feira (30/06/23), que quatro companhias multinacionais e um grupo industrial nacional, vão construir cinco novas plantas industriais de Hidrogênio Verde até 2028 no Brasil.

A validação destes projetos greenfield foram realizadas no decorrer de todo o mês de junho de 2023, pela equipe InduXdata Field USA, Europa e Brasil.

O BVMI confirmou que o Brasil, deverá receber investimentos diretos superiores a USD 200 Bilhões ao longo dos próximos 20 anos, como confirmamos em estudos no decorrer desta notícia.

Tivemos acesso a todos os quatro pré-contratos de aquisição das áreas que vão receber a instalação de todas estas plantas industriais de Hidrogênio Verde (H2V) no Brasil, e também aos projetos que estão em fase de desenvolvimento.

Em conversa com as equipes de cada grupo industrial, todos possuem algo em comum neste momento, estão finalizando seus estudos de viabilidade e também elaborando seus projetos de engenharia.

Apenas dois se encontram em fase do processo de licenciamento ambiental, que devem estar concluídos até o proximo mês de agosto, para definição do valor total de investimentos de cada novo complexo.

Além destes projetos já validados, a equipe InduXdata Field está acompanhando mais de 42 novos memorandos de entendimento com investidores, que definiram o ambiente de negócios do mercado brasileiro como o mais adequado para implantar seus novos projetos greenfield para o setor.

Primeira fábrica de hidrogênio verde no Brasil

O BVMI confirmou que a primeira fábrica de hidrogênio verde no Brasil deve iniciar operações no fim de 2023, os clientes InduXdata que estão participando deste projeto greenfield desde 2018, quando foi validado, também confirmam essa data.

Este projeto é da Unigel, hoje uma das maiores indústrias químicas da América Latina e líder em segmentos como fertilizantes e amônia.

Este projeto recebeu até o momento mais de R$ 850 Milhões em investimentos diretos, e trata-se da construção da primeira fábrica brasileira de hidrogênio verde, produto que substitui combustíveis fósseis.

Esta nova planta fabril entrará em operação com produção de 10 mil toneladas do produto ao ano. Parte do hidrogênio verde será convertida em 60 mil toneladas de amônia verde ao ano.

O grupo confirma que com base no interesse já demonstrado por clientes, e acreditando no rápido crescimento da demanda, a unidade industrial deverá quadruplicar a capacidade produtiva em 2025, inclusive para exportação.

Sobre o hidrogênio verde

O hidrogênio verde é produzido com água e eletricidade de fonte de energia renovável, como eólica e solar.

A ideia é substituir o produto usado atualmente, o hidrogênio cinza, feito com fontes fósseis (gás natural).

O hidrogênio pode ser utilizado em sua forma ou convertido em amônia, matéria-prima essencial para os setores siderúrgico, de refino de petróleo e fertilizantes, e usado em milhares de produtos.

Pode também ser utilizado no transporte de navios, na aviação e futuramente, em veículos, começando com caminhões e ônibus.

A disponibilidade do hidrogênio verde vai ajudar, portanto, vários outros segmentos industriais no processo de descarbonização. Outros países, como Espanha e EUA, também iniciaram a produção, mas em pequena escala.

Investimento de USD 200 Bilhões no Brasil

O BVMI analisou o report da McKinsey, onde a demanda de H2V poderá chegar a 2,8 milhões de toneladas em 2040 no Brasil.

Como combustível e matéria-prima industrial, o hidrogênio verde contribuirá para descarbonizar a matriz energética mundial, atuando como transportador e criando uma oportunidade de investimento de USD 200 bilhões no Brasil ao longo dos próximos 20 anos.

Até o momento, o uso do hidrogênio esteve limitado a aplicações específicas, como refino de petróleo ou produção de amônia, mas isto está mudando rapidamente.

Investimentos crescentes em fontes de energia renováveis, principalmente eólica e solar, onde os custos estão caindo, e a evolução tecnológica e industrial dos eletrolisadores levarão a uma grande queda no custo da produção de hidrogênio verde.

Além disso, para atingir as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris, será preciso reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 60% até 2050 – e somente o hidrogênio verde permitirá a descarbonização de indústrias de difícil abatimento, como aço e fertilizantes.

O Brasil está em sétimo lugar na lista global de geradores de energia, com uma capacidade instalada de 175 GW em 2021, da qual 85% vêm de fontes renováveis, um requisito-chave para a produção de hidrogênio verde.

Quando se trata de energia renovável, o país fica atrás apenas dos EUA e China.

O país é um dos lugares mais competitivos do mundo para produzir hidrogênio verde (Quadro 4). O estudo da McKinsey mostra que o custo nivelado do hidrogênio verde (LCOH) produzido no Brasil ficaria abaixo de USD 1,50/kg de H2 em 2030.

Tal patamar está alinhado com o LCOH dos melhores locais nos EUA, Austrália, Espanha e Arábia Saudita. Até 2040, esse custo pode cair para aproximadamente USD 1,25/kg.

A oportunidade total do hidrogênio verde brasileiro é de USD 15 a 20 bilhões.

O mercado doméstico tem o maior potencial, possivelmente gerando receita de USD 10 a 12 bilhões até 2040, impulsionada principalmente por transporte e aço, juntamente com outras aplicações de energia de aquecimento industrial.

Exportações para os EUA e Europa poderiam acrescentar outros USD 4 a 6 bilhões, já que o custo de desembarque do hidrogênio verde brasileiro nessas regiões deve ser competitivo em relação aos principais competidores potenciais.

 

Fonte: https://bvmi.com.br/brasil-tera-cinco-novas-plantas-industriais-de-hidrogenio-verde-com-investimento-de-r-26-bilhoes/