20/03/08 11h21

Brasil tem a maior alta nas exportações à UE

Folha de S. Paulo - 20/03/2008

O Brasil foi o país com o maior crescimento em exportações para a União Européia em 2007, ficando na frente dos grandes emergentes, como China e Índia. O relatório da balança comercial dos 27 países do bloco divulgado ontem mostra ainda que as exportações européias para os Estados Unidos tiveram no ano passado a primeira queda em quatro anos, reflexo da queda do dólar e da desaceleração americana. As exportações brasileiras em 2007 cresceram 20% -mais que as da China (19%) e da Índia (16%). De acordo com o relatório da UE, as vendas do Brasil para o bloco europeu no ano passado totalizaram 32,5 bilhões, enquanto o volume em 2006 havia sido de 27,2 bilhões. Entre os principais parceiros comerciais da UE, o Brasil ocupa a décima posição, atrás dos outros três países do chamado Bric. A China (com vendas de 231 bilhões) está em segundo, e a Rússia (143,4 bilhões) em terceiro. Apesar de ter exportado menos (26,2 bilhões), a Índia está em nono, porque importou mais que o Brasil. Mas o aquecimento da economia brasileira também colocou o país entre os três mercados que mais compraram da UE. Com alta de 20% em relação a 2006, as importações brasileiras chegaram a 21,3 bilhões. O crescimento do Brasil como mercado para os europeus só perdeu para Rússia, com 23%, e Índia, com 21%. A queda na competitividade das exportações européias causadas pela valorização do euro em relação ao dólar levou ao aumento do déficit comercial europeu com o resto do mundo, que pulou de 26 bilhões em janeiro do ano passado para 30,7 bilhões no mesmo mês de 2008. As exportações para os EUA recuaram 3%, para 194 bilhões, na primeira queda desde 2003. Em 2006, as vendas européias para o mercado americano haviam crescido 8%. Nos últimos 12 meses, o valor do euro subiu 18% em relação ao dólar, com a economia americana assombrada pelo risco de recessão durante boa parte do período. A contínua queda do dólar levou o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, a fazer duros alertas sobre o fenômeno. Na última reunião de presidentes de BCs mundiais, há pouco mais de uma semana em Basiléia (Suíça), Trichet voltou a criticar a "excessiva volatilidade" do câmbio.