06/12/19 14h03

Brasil tem 4 fintechs entre as mais inovadoras do mundo. Saiba quais são elas

Maduras ou emergentes, estudo mostra as startups brasileiras de serviços financeiros entre as com maior destaque em 29 países analisados

Pequenas Empresas e Grandes Negócios

Nubank, Banco Inter, Creditas e Rebel têm mais em comum do que serem startups de serviços financeiros (ou fintechs) com sede no Brasil: elas apareceram no ranking Fintech100 deste ano, que percorreu 29 países para selecionar companhias inovadoras na união das finanças com a tecnologia.

O estudo está em sua sexta edição e foi elaborado pela consultoria KPMG e pelo fundo de investimentos em fintechs de estágio inicial H2 Ventures. As companhias do ranking têm uma escala inédita: acumulam 2,5 bilhões de consumidores pelo mundo.

O Fintech100 divide as startups de serviços financeiros em duas classes: uma para as maduras, chamada Top 50, e outra para as de grande potencial, chamada Emerging 50. Nubank, Banco Inter e Creditas estão no Top 50, enquanto a Rebel está no Emerging 50.

O Nubank se tornou um unicórnio, ou startup avaliada em mais de um bilhão de dólares, em março do ano passado. A fintech acumula 15 milhões de clientes em seus serviços de conta digital e cartão de crédito. Agora, está de olho nos pagamentos instantâneos.

Já o Banco Inter abriu capital no ano passado e recebeu uma injeção de mais de R$ 1 bilhão do conglomerado japonês de telecomunicações SoftBank. O banco vem implementando aos poucos sua ideia de não ser apenas um banco digital, mas um super aplicativo.

A Creditas recebeu em julho deste ano um aporte de US$ 231 milhões do SoftBank, avaliando a fintech em 700 milhões de dólares. Recentemente, a startup de crédito com garantias entrou para o ramo dos consignados por meio da aquisição da Creditoo.

Por fim, a Rebel é uma fintech que concede empréstimos de R$ 1 mil a R$ 25 mil em minutos e pela internet, com taxas de 1% a 8% ao mês. O empreendimento recebeu nesta semana um aporte de US$ 10 milhões liderado pelo fundo brasileiro Monashees e também pelo americano Fintech Collective.

O que acontece no mundo das fintechs?

Mais uma vez, a China aparece com destaque no ranking – ocupa novamente as três primeiras posições. Mas houve também a ascensão de outros países do Sudeste Asiático, como Índia. O país tem oito empresas no Fintech100, duas delas entre as dez primeiras posições.

A maioria das fintechs atua com pagamentos (27). Essas startups são seguidas pelas de administração de riqueza (19), de seguros (17), de empréstimos (15), de bancos digitais (9) e de segmentos diversos (13).

O Fintech100 também mostra um aumento na captação de capital de risco pelas startups de serviços financeiros. As fintechs da lista levantaram mais de US$ 70 bilhões de investimentos em sua história, alta de 35% sobre o valor visto no ano passado. Apenas nos últimos doze meses, foram US$ 18 bilhões em aportes.

Tais recursos também estão mais concentrados: 32 companhias receberam rodadas acima de US$ 100 milhões nos últimos meses, contra 26 na edição passada do ranking. As dez maiores fintechs do ranking levantaram US$ 1,25 bilhões nos últimos doze meses. Os maiores fundos de investimento no ramo foram Sequoia, SoftBank, Alphabet (companhia-mãe do Google), BBVA e Tencent Holdings.

Neste ano, as fintechs amadureceram ainda mais. Novas regulações aproximaram as startups de serviços financeiros dos grandes conglomerados, fomentaram a expansão internacional e permitiram que esses negócios criassem novas linhas de produto. Depois da moda e das centenas de empreendimentos, as fintechs cada vez mais travam uma competição apenas entre os mais fortes.