Brasil será segundo maior mercado da Unilever até 2012

Valor Econômico - 10/06/2008

O holandês Kees Kruythoff tem se esforçado no processo de identificação com o universo brasileiro. Ostenta uma fitinha de Nosso Senhor do Bonfim no pulso esquerdo, usa com orgulho as abotoaduras que replicam a bandeira nacional - um presente da mulher, Sabine - e até a sua filha caçula, Dominique, nasceu na capital paulista, novo endereço do executivo que acaba de assumir a presidência da Unilever Brasil. Há boas razões para Kruythoff - que passou os últimos quatro anos na África do Sul, dirigindo a divisão de alimentos da Unilever - estar confiante. Quase metade (44%) do faturamento global do grupo, que foi de 40,2 bilhões de euros no ano passado, veio dos países em desenvolvimento. Só o Brasil contribuiu com aproximadamente um décimo desse montante, 3,64 bilhões de euros , ou R$ 9,7 bilhões, o que o coloca como o terceiro maior mercado da Unilever no mundo. "Temos chances de ultrapassar o Reino Unido como a segunda principal operação da Unilever até 2012, aproveitando as oportunidades que o país nos oferece", diz Kruythoff. Assim, o país só perderia para os Estados Unidos, líder em receita. O executivo ressalta que levar o Brasil ao segundo lugar no ranking da Unilever não será a sua missão, mas a conseqüência natural do desenvolvimento do mercado brasileiro, onde a empresa já é líder absoluta em pelo menos cinco categorias, com marcas que respondem por mais da metade das vendas totais de detergentes em pó (71,7%), maionese (66,6%), desodorantes (65,2%), caldos (54,1%) e sorvetes (51,9%). Só em inovação, a empresa investiu R$ 23 milhões (US$ 14,1 milhões) no ano passado. Segundo a Latin Panel, 31,6% da classe C consome produtos da Unilever, contra 34,1% da AB.