30/08/10 14h21

Brasil será motor do crescimento da Danone

O Estado de S. Paulo – 30/08/10

A operação da Danone no Brasil recebeu uma missão da matriz francesa: alavancar o crescimento mundial da empresa até 2012. A subsidiária, ao lado da americana e da russa, tem o desafio de responder por 60% do crescimento mundial da multinacional no período. No caso brasileiro, sexto mercado da Danone no mundo, as metas e os planos já estão traçados. "Vamos dobrar de tamanho em dois anos", diz Mariano Lozano, presidente da Danone no Brasil. Em números, isso significa elevar o faturamento da empresa para R$ 2 bilhões (US$ 1,1 bilhão) até lá. A expectativa para este ano é chegar a R$ 1,3 bilhão (US$ 742,9 milhões), 10% a mais do que o obtido em 2009. A estratégia para atingir a meta segue o modelo de crescimento orgânico, com expansão da produção e das vendas, e a aproximação com as classes C, D e E.

A Danone já vem experimentando o poder dessa nova massa consumidora há algum tempo. Entre 2005 a 2009, segundo pesquisa da Kantar Worldpanel, suas vendas para esse público aumentaram quatro vezes mais que a média dos concorrentes nas classes D e E, e três vezes mais na classe C. Para atender à demanda, em vez de lançamentos, a fabricante de laticínios prefere apostar nas marcas existentes e investir em formatos e tamanhos de embalagens variados, capazes de tornar os produtos mais acessíveis para a população de menor poder aquisitivo. Além disso, segundo Lozano, a empresa vai concentrar as ações de marketing nas suas duas principais marcas, Danoninho e Activia.

A outra frente para a expansão dos negócios brasileiros da Danone, o aumento da capacidade de produção, já é uma realidade com a inauguração da fábrica de Maracanaú, no Ceará, com capacidade para 48 mil toneladas de iogurtes por ano. A escolha do local foi estratégica, já que o Nordeste é a única região do País em que a Danone não lidera a venda de iogurtes. A principal fábrica da empresa ainda é a unidade de Poços de Caldas, em Minas Gerais, que produz 300 mil toneladas por ano. A abertura de uma nova fábrica não está descartada, mas ainda não está na pauta da companhia francesa. Caso isso ocorra, um forte candidato seria um Estado do Sul. "O ideal é que a nova planta fique próxima a uma bacia leiteira", diz Lozano.