Brasil segue atraente para empresa dos EUA, diz Andrews
Valor EconômicoO Brasil continua muito atraente para as empresas americanas, apesar do momento difícil da economia, disse ontem o vice-secretário de Comércio dos EUA, Bruce Andrews, destacando oportunidades em setores como os defesa e de saúde. Andrews vai a Brasília para participar hoje e amanhã do Fórum de CEOs Brasil-Estados Unidos, que reúne executivos de grandes companhias brasileiras e americanas, a poucos dias da visita de Dilma Rousseff aos EUA.
Segundo ele, o evento é importante para promover o diálogo entre empresários e os governos dos dois países, permitindo que o setor privado aponte os assuntos mais relevantes no relacionamento.
No Brasil, Andrews terá conversas com autoridades brasileiras sobre facilitação de comércio e convergência regulatória, as áreas definidas em fevereiro como prioritárias pelo Departamento de Comércio americano e pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Negociações sobre comércio serão um dos principais temas da viagem de Dilma. "Há uma grande oportunidade na questão da facilitação do comércio para reduzir custos."
Para Andrews, o fraco desempenho da economia brasileira no momento não tira a atratividade do país para as companhias americanas. "O Brasil é um grande parceiro dos EUA. Houve US$ 73 bilhões de comércio no ano passado entre os dois países", disse ele. "É a sétima maior economia do mundo. Mesmo com os desafios atuais, é um mercado fantástico."
Andrews apontou os setores de defesa e de saúde como aqueles em que há um grande potencial de crescimento entre os dois países. A colaboração em defesa deverá ser outro destaque da visita de Dilma aos EUA. Com a aproximação da viagem da presidente, o governo enviou há dois meses ao Congresso brasileiro o Acordo de Cooperação em Defesa assinado pelos dois países em 2010, que, uma vez aprovado, deve facilitar a troca de informações na área.
No caso do setor de saúde, Andrews afirmou que se trata de um mercado "incrivelmente dinâmico", no qual o Brasil gasta 9% do PIB. Para ele, há grandes oportunidades para ajudar o país a administrar esses custos, para a venda de bens e serviços e para melhorar os resultados nesse segmento.
O vice-secretário de Comércio disse que o Fórum de CEOs ocorre num bom momento, a cerca de dez dias da viagem de Dilma aos EUA, com passagens por Nova York no dia 29, Washington nos dias 29 e 30, e San Francisco em 1º de julho. "Nós esperamos uma visita muito produtiva. Do ponto de vista da diplomacia comercial, os laços entre as empresas e as economias vão ajudar a fortalecer a relação como um todo", disse ele, para quem assuntos como mudança climática, cooperação em defesa e comércio serão muito relevantes.
Esta será a nona edição do Fórum de CEOs, criado em 2007 para fortalecer o relacionamento entre o setor privado dos dois países. A reunião mais recente ocorreu em março de 2013. O longo intervalo entre um e outro encontro se deveu ao esfriamento das relações entre Brasil e EUA depois das revelações de que Dilma havia sido espionada pelo governo americano, que levaram a presidente a adiar uma visita a Washington em 2013.
Andrews vai ao Brasil no lugar da secretária de Comércio, Penny Pritzker, que sofreu no sábado um acidente de bicicleta. Estará acompanhado de Caroline Atkinson, vice-conselheira de Segurança Nacional para assuntos econômicos internacionais dos EUA. Altos executivos de sete empresas americanas vão à Brasília. São elas Archer Daniels Midland (ADM), trading e processadora de alimentos; Praxair, do setor químico; International Paper, de papel e celulose; AES, de eletricidade; Rockwell Automation, de automação industrial; Harris Corporation (equipamentos de telecomunicações); e Baker & McKenzie (direito empresarial.
As empresas brasileiras que vão participar do Fórum são Ambev, JBS, Bradesco, Eurofarma, Dasa, Coteminas, Gerdau, Stefanini, Kroton Educacional e Petrobras.