27/08/07 10h47

Brasil pode ter selo de boas práticas

Gazeta Mercantil - 27/08/2007

Cada vez mais produtores têm buscado certificações para vender seus produtos, sobretudo aquelas voltadas à exportação. Os números ainda são incipientes, mas crescem em ritmo acelerado, como no caso da pecuária de corte. Até o ano passado não havia bovinos com certificação Eurepgap. Hoje são mais de 100 mil. O selo, que começou com hortifrutis no Brasil, por exigência do varejo europeu, agora também se estende para os grãos. A primeira fazenda no mundo a receber a certificação fica em Nova Mutum (MT). Fala-se inclusive de o varejo brasileiro também criar um selo de boas práticas de produção e socioambientais. Além da garantia da exportação, quem tem Eurepgap vende com prêmio de até 5%, dependendo do produto. Queremos garantir a abertura de mercados devido à pressão internacional na Amazônia", diz Anderson Souza Figueiredo, gerente de Desenvol-vimento Sustentável do Grupo Vanguarda. Segundo ele, não basta apenas plantar árvore para fugir da pressão de desmatamento. Em sua avaliação, é preciso também para a obtenção do selo, boas praticas de produção, que incluem cuidados com os trabalhadores. A empresa, a primeira no mundo a certificar milho e soja, tem 30 mil hectares com selo Eurepgap - de um total de 200 mil hectares. Além dos grãos, o grupo pretende incluir a pecuária bovina e suína, transformando a cidade "em um piloto de uma região de desenvolvimento de econegócios", segundo Figueiredo. A fazenda também quis se antecipar a uma exigência que entra em vigor em 2009, quando toda ração terá de ser certificada para que o animal tenha o selo Eurepgap. De acordo com dados da própria Eurepgap, fornecidos pelo Instituto Genesis, uma das certificadoras credenciadas no Brasil, a maior área com o selo é destinada à soja, seguida pelo milho e melão. As frutas predominam a certificação no Brasil, que conta também com fazendas de café, produção de aves e bovinos. Em número de propriedades, a liderança é da uva, seguida pela lima e pelos frangos. De acordo com Holmo, além da exigência européia existem normas equivalentes em 20 países, inclusive a China, o Japão e nações da América Latina, como a Colômbia, o Chile, o México e o Uruguai. Ou seja, no momento em que um produtor está se adequando à Eurepgap, também estará cumprindo as exigências de outros mercados. Segundo ele, no Brasil há a intenção da cadeia da carne bovina criar uma norma - Triploa - junto a supermercados. Em termos oficiais, quando o governo criou o programa de Produção Integrada de Frutas (PIF), pensou-se em algo semelhante, mas não ocorreu.