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Brasil perde menos entre fundos de emergentes

Valor Econômico - 08/01/2009

Os fundos internacionais de ações dedicados ao Brasil fecharam o ano passado com saques de US$ 158 milhões, resultado muito inferior à captação de US$ 4,357 bilhões no ano anterior. Os números refletem os efeitos da crise internacional, que provocou a fuga dos investidores de ativos de risco, especialmente dos de mercados emergentes. Os fundos dedicados às bolsas dos países do Bric (abreviação de Brasil, Rússia, Índia e China) - que foram coqueluche em 2007, captando US$ 3,656 bilhões -, terminaram 2008 com resgates de US$ 2,929 bilhões. Olhando os fundos de ações dedicados aos emergentes em geral, porém, a perda é muito maior, com resgates de US$ 48,3 bilhões em 2008, segundo a consultoria americana EPFR Global. Em 2007, os emergentes haviam captado US$ 54 bilhões. Segundo a consultoria, o resultado dos emergentes não foi pior porque a categoria recebeu US$ 1,6 bilhão durante o mês de dezembro, um sinal claro de que o apetite por risco começou a se recuperar. Segundo o diretor-gerente da consultoria, Brad Durham, a teoria do "descolamento" que levou investidores a tirar dinheiro de mercados desenvolvidos e colocar nos emergentes no final de 2007, achando que estes não seriam afetados pela crise, foi bruscamente derrubada em 2008. Conforme o medo e o pânico tomaram conta dos mercados, os investidores se desfizeram das ações e foram em busca de dinheiro vivo ou algo equivalente, como os "money markets". A situação se complicou quando alguns desses fundos também tiveram problemas com papéis de bancos em dificuldades. "A questão para 2009 é saber se os mercados de créditos continuarão congelados e se todo o estímulo fiscal e expectativa de recuperação econômica no final deste ano serão suficientes para levar o dinheiro de volta aos mercados de ações e de bônus", avaliou Durham em relatório.