25/07/07 11h41

Brasil pede ação da OMC contra subsídios no setor

Valor Econômico - 25/07/2007

O Brasil se envolveu ontem na gigantesca disputa entre Airbus e Boeing, para proteger os interesses da Embraer, pedindo para a Organização Mundial do Comércio (OMC) condenar os ''perniciosos subsídios'' dados pelos países ricos para o desenvolvimento de novas aeronaves. Para o Brasil, sem ajuda governamental certas aeronaves não teriam sido desenvolvidas e vendidas, ou então teriam sido construídas e negociadas a um preço muito mais alto, alvejando ontem a Airbus. Mas a Boeing também não será poupada, quando será sua vez em outra disputa aberta pela União Européia contra o produtor americano. A delegação brasileira insistiu diante dos juízes da OMC que a ajuda para lançamento de aeronaves não é condição necessária para participar do mercado, ilustrando que o design e construção de seu Embraer 170/190 com quatro modelos de 70 a 118 assentos, não recebeu subsídios do governo, e foi financiado com captação na bolsa, lucros e participação de riscos por parceiros. A Embraer sente o peso da concorrência de Airbus e Boeing com sua nova familia de aviões, e tem todo interesse que os dois construtores sejam condenados. Quem está no banco de acusações esta semana é o Airbus. Em março, na primeira audiência com os juízes, os EUA tinham argumentando que a ajuda para lançar aparelhos da Airbus teria sido acima de US$ 100 bilhões. Ontem, os europeus correram para acusar publicamente os EUA de trazer agora mais argumentos ''absurdos'' de que Airbus teria se beneficiado de subsídios na verdade de US$ 205 bilhões.