12/11/15 14h45

“Brasil ocupará 4° posição entre os maiores mercados farmacêuticos do mundo”

PROTEC

Mesmo com uma balança comercial deficitária, o Brasil deve ocupar nos próximos dois anos a quarta posição entre os maiores mercados farmacêuticos do mundo, segundo dados da IMS Health.

Para reverter o déficit, o Governo tem incentivado fortemente as Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), atraindo o interesse para a produção nacional de biofármacos, que hoje correspondem a 12% da demanda do Ministério da Saúde enquanto comprometem 61% do orçamento anual destinado à compra de medicamentos.

Considerando o potencial de receita desses produtos, a indústria nacional tem se articulado em parcerias para a produção de biossimilares. Os investimentos em infraestrutura para a implantação de um sistema de bioprocessamento são enormes, mas já existe uma tendência, assim como ocorre na Europa, da adoção de sistemas de produção de uso único, mais econômicos, de fácil expansão e altamente seguros. O tema foi discutido no Web of Bioprocessing 2015, evento organizado pelo negócio de Life Science da Merck, na última quarta-feira (04/11), em Alphaville (SP).

Para dimensionar a linha de produção dos biossimilares, “é necessário saber quais medicamentos serão produzidos e isso dependerá de quais acordos serão assinados com o Governo”, afirmou Andrew Simpson, diretor científico e CEO da Orygen, joint venture entre os laboratórios nacionais Biolab e Eurofarma, A empresa está investindo R$ 500 milhões para iniciar as operações em São Carlos, interior de São Paulo, para atender a demanda nacional de biossimilares.

“Ainda não temos definido em quais processos usaremos materiais de uso único, mas sem dúvida essa é a tecnologia do futuro”. Além de biossimilares, a empresa também terá seu próprio pipeline e pretende investir em pesquisa nacional. “O Brasil tem uma forte comunidade científica e existe muita pesquisa de base, o que falta é investimentos para dar sequência a estes projetos,” disse o executivo.

Laboratórios montados com sistemas de metais inoxidáveis são altamente custosos enquanto a implantação de uma linha de bioprocessamento com materiais descartáveis é uma fração do valor dessas instalações tradicionais. Além disso, eliminam os processos de limpeza e esterilização, o que reduz o tempo de produção e diminui o risco de contaminação.

“Essas linhas de produção podem ser dimensionadas, construídas, comissionadas e qualificadas em um período de 12 a 18 meses, permitindo às empresas avançarem no mercado de biossimilares com um menor risco financeiro. A expansão e a operação são mais simples e, mais importante, permitem a fabricação de medicamentos mais perto do paciente, independentemente da sua localização, o que por ser tratar de material biológico pode ser muito relevante em alguns casos,” explicou Bruno Couri de Souza, Gerente de Process Solutions do negócio de Life Science da Merck.