Brasil negocia acordo com Peru para livre-comércio de carros
Objetivo é incrementar exportações e preservar empregos do setor; interesse é avançar também na Colômbia
Folha de S. PauloO Brasil iniciou negociações para um acordo automotivo com o Peru e quer zerar tarifas de importação de veículos e peças até 2016. A Colômbia será o próximo alvo.
O objetivo é incrementar as exportações das montadoras e preservar empregos. O setor enfrenta uma grave crise, com alta capacidade ociosa e corte de pessoal.
As negociações estão sendo feitas pelo ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, que esteve nesta terça-feira (21) no Peru e segue nesta quarta-feira (22) para a Colômbia.
A iniciativa não é restrita ao setor automotivo e representa um esforço de aproximação mais amplo.
Os governos brasileiro e peruano concordaram em acelerar a redução das tarifas de importação e negociar acordos em áreas como serviços, investimentos e compras governamentais.
As empresas brasileiras estão em desvantagem no Peru e na Colômbia, por causa dos acordos de livre-comércio desses países com EUA e outros.
Brasil e Peru possuem um acordo de complementação econômica, mas o fim das tarifas está previsto para 2019. O objetivo é reduzir esse prazo em alguns setores, como automotivo.
"Juntos, os mercados andinos são relevantes e existe espaço para produtos brasileiros", diz Rogelio Golfarb, vice-presidente de assuntos corporativos da Ford.
A Colômbia cobra 35% de imposto de importação sobre veículos, mas para o Brasil a taxa cai para 16,1%. A tarifa peruana é mais baixa: 6% para o mundo e 2,8% o Brasil.
No ano passado, foram vendidos 327 mil veículos na Colômbia e 127 mil no Peru. O Brasil atendeu com carros brasileiros apenas 3,6% do mercado peruano e 2,8% do colombiano.