Brasil lidera crescimento em TI e telecomunicações
Valor EconômicoO Brasil é o país onde a indústria de tecnologia da informação e comunicação (TIC) deverá ter o mais rápido crescimento este ano, apesar da desaceleração da economia, segundo dado que será apresentado numa reunião de representantes do Brasil e da União Europeia (UE) na semana que vem em Bruxelas.
Estudo encomendado pela entidade EUBrasil à consultoria Cullen International reúne estimativas do European Information Technology Observatory e mostra que a venda de produtos e serviços desse setor no Brasil pode crescer 10,4% e alcançar € 122 bilhões este ano. No ano passado, o Brasil já tinha ficado em segundo lugar em expansão desse mercado no mundo, só atrás da Índia.
Globalmente, o setor de tecnologia da informação e comunicação pode crescer 4,1% e alcançar € 2,96 trilhões este ano. Com exceção da Rússia, essa indústria continuará a se expandir significativamente nos emergentes, com a digitilização criando crescimento adicional e empregos.
Na semana que vem, em Bruxelas, ocorrerá o VII Diálogo Brasil-EU sobre a Sociedade da Informação, quando será examinada a situação do setor nos dois parceiros.
O estudo mostra que nos últimos anos o mercado de telecomunicações brasileiro tem se expandido de maneira contínua. O aumento anual nas receitas foi de 4,4% em 2013 e de 5,3% em 2012, equivalente a 4,7% do PIB.
Por sua vez, na Europa, quase em recessão, a receita do segmento de comunicações eletrônicas alcançou € 323,6 bilhões em 2012, com queda de 3,3%, em relação ao ano anterior, conforme estatísticas mais recentes da Comissão Europeia publicadas este ano.
O estudo mostra que o declínio europeu contrasta com a tendência de avanço global, que foi de 4,2% no mesmo ano. No entanto, os europeus conseguiram alcançar 100% de cobertura de banda larga básica. A média de penetração da banda larga aumentou de 4,9% para 30% da população em 2004-2014, no rastro de queda de preços e ofertas de maior velocidade trazidas pela competitividade no mercado.
Para Luigi Gambardella, presidente da EUBrasil, a reunião de Bruxelas pode fortalecer "diálogos estratégicos na economia digital e no objetivo comum de impulsionar os investimentos nas infraestruturas fixas e móveis".
Gambardella, que é tambem presidente da associação das empresas de telecom da Europa, nota que tanto a nova Comissão Europeia (braço executivo da UE como o novo governo brasileiro reconhecem a necessidade de mais investimentos nos dois mercados