09/12/07 10h02

Brasil já é o 2º país em empresas na Bolsa de Nova York

O Estado de S. Paulo - 09/12/2007

O Brasil já é o segundo país estrangeiro em número de empresas listadas na Bolsa de Nova York (NYSE), com 33, atrás apenas do Canadá, que tem 80. Nos últimos 12 meses, o País passou na frente da França e do Reino Unido. Segundo levantamento do Bank of New York Mellon obtido pelo Estado, o volume negociado de ações das empresas brasileiras com ADRs listadas em bolsa (Bolsa de Nova York e Nasdaq) ultrapassou o volume das ações na Bovespa. Em 2006, as ADRs das 32 empresas brasileiras listadas movimentaram US$ 251 bilhões, ante US$ 233 bilhões negociados pela 394 empresas da Bovespa. De janeiro a setembro de 2007, a tendência se manteve (434 empresas com volume de US$ 342 bilhões, ante 33 empresas e US$ 354 bilhões). Os ADRs são recibos de empresas estrangeiras negociados nos Estados Unidos, equivalentes a ações. "Estamos muito satisfeitos com os resultados. Esperamos que esse número de empresas continue a crescer e possamos passar para 40 em 2008", disse Alexandre Ibrahim, diretor-gerente do departamento responsável por atrair clientes para a Bolsa de Nova York. Ele afirma que a Bolsa está em negociações com algumas companhias. Segundo fontes do mercado, a BM&F seria uma das empresas cogitando lançar ADRs. Ibrahim adverte que, apesar da liderança brasileira, os chineses vem crescendo a um ritmo acelerado nos últimos anos e já contam com 25 empresas listadas. Além do maior número de empresas listadas, o Brasil tem também as ações estrangeiras mais negociadas - Petrobrás e Companhia Vale do Rio Doce são, ano após ano, as ações estrangeiras com maior liquidez na NYSE. Segundo Curtis Smith, vice-presidente da área de ADRs do Bank of New York Mellon, o Brasil está se beneficiando do volume de investimento recorde em fundos internacionais, principalmente nos chamados "fundos de mercados emergentes", "fundos BRIC" e "fundos regionais". Em 2006, 93% dos novos recursos aplicados em fundos de ações nos EUA foram investidos em ações estrangeiras. Os fundos de ações globais captaram US$ 148 bilhões e os de ações americanas, apenas US$ 12 bilhões. Para as empresas brasileiras, estar listada em Nova York dá acesso a um volume enorme de recursos.