14/08/08 11h18

Brasil integra rede de pesquisa da Merck Sharp

Gazeta Mercantil – 14/08/2008

O Brasil voltará a receber investimentos da Merck Sharp & Dohme (MSD) na área de estudos clínicos. Depois de um período em que reduziu bastante as pesquisas, em função da burocracia, a subsidiária brasileira da Merck & Co. acaba de selecionar dois centros de oncologia do País para integrar uma rede mundial que vai realizar estudos clínicos em fase I voltados ao desenvolvimento de medicamentos para o tratamento do câncer. O Instituto de Oncologia da Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto Nacional de Controle do Câncer (INCA), do Rio de Janeiro, foram os dois centros escolhidos pelo vice-presidente para pesquisa clínica em oncologia da Merck, Eliav Barr, responsável pelo desenvolvimento da vacina Gardasil (que previne o câncer de colo do útero). De acordo com o diretor médico da Merck, dr. José Octávio Costa Filho, o País possui uma grande capacidade técnica que foi identificada na rigorosa seleção feita pela empresa. Pelo acordo, os laboratórios passam a fazer parte de um grande pool, formado por 9 centros espalhados pelo mundo, de pesquisas mundiais, onde são trocadas informações a respeito da doença e da evolução dos tratamentos. Em 2006, a MSD chegou a investir US$ 12 milhões no País, valor que caiu para US$ 8 milhões no ano seguinte . "Para este ano, estamos revendo o valor e devemos ampliar para os próximos anos também", diz Costa Filho. O estudo fase I incluirá cerca de 20 pacientes. Segundo fontes do mercado farmacêutico, o Brasil é um local excelente para se fazer este tipo de pesquisas por sua população ser formada por diversos grupos étnicos, como europeus, asiáticos e africanos. O que permite respostas mais amplas aos estudos. Além disso, as pesquisas trazem um conhecimento inestimável para o País a respeito das doenças e das modernas tecnologias disponíveis de tratamentos. No Brasil, a Merck Sharp & Dohme já realiza estudos nas fases II, III e IV, mas esta é a primeira vez que o País é escolhido para desenvolver o primeiro e mais importante passo da pesquisa clínica, uma vez que é na fase I que os cientistas descobrem como a nova substância funciona no organismo, avalia sua segurança, como ela deverá ser administrada e a valida para a próxima fase.