15/06/11 11h42

Brasil inicia fabricação de sondas terrestres

Valor Econômico

Até o fim do ano, o Brasil começará a fabricar em série sondas de exploração de petróleo usadas na perfuração terrestre. O responsável pela empreitada é o grupo Brasfond, cuja fábrica, em Guarulhos (SP), terá capacidade de fabricar um equipamento por mês. O objetivo é atender, principalmente, a demanda da Petrobras. "Como o governo já avisou que vai priorizar conteúdo local, é uma ótima oportunidade para nós", diz Nicola Libano, presidente e dono do grupo, que quer fazer da empresa a principal fornecedora desse tipo de sondas no país. Segundo a companhia, as sondas até agora produzidas no Brasil têm a maior parte das peças importadas e as empresas do segmento trabalham como montadoras. Na Brasbauer, o equipamento também terá peças do exterior, mas contará com pelo menos 75% do chamado conteúdo nacional. "É a primeira vez que as sondas serão, em sua maior parte, fabricadas aqui", diz.

Depois de € 20 milhões investidos em protótipos na Alemanha, as sondas começarão a ser produzidas entre agosto e setembro, de acordo com Libano. Para ter a tecnologia necessária à fabricação, o grupo formou uma joint venture em maio de 2009 com a alemã Bauer, que atua em escavações e fabricação de máquinas para esse mercado. "Teremos significativa transferência de tecnologia", diz. O modelo a ser fabricado no Brasil é o TBA-100, que custa cerca de US$ 2,5 milhões e atinge até 2 mil metros de profundidade. "Considerando que aproximadamente 85% dos poços terrestres no país possuem até 1,5 mil metros, há grande oportunidade para o produto no mercado nacional", ressalta. Hoje, a Petrobras tem 124 sondas terrestres de perfuração e produção e tem interesse em ampliar a frota.

No Brasil, o presidente revela que está em contato com as empresas HRT Oil & Gas e Petra Energia, que pesquisam oportunidades de exploração de petróleo na Amazônia. Os negócios do petróleo, segundo Libano, já movimentam cerca de metade de aproximadamente R$ 200 milhões (US$ 113,6 milhões) do faturamento da Brasfond no último ano - pela construção, por exemplo, de obras de engenharia de subsolo para esse mercado, como o Gasoduto Taubaté-Caraguatatuba, no interior de São Paulo.

Mas não só de óleo e gás vem o faturamento do grupo Brasfond. Ele tem ainda outras três empresas atuando no Brasil: a Brasfond, de fundações de obras; a BrasFix, voltada a fundações de obras marítimas e fluviais; e a BTC, de construção de túneis. contando com clientes estratégicos, como a Odebrecht, as empresas do grupo atuam em diferentes obras de infraestrutura, como o Porto de Suape (em Pernambuco), a Usina Hidrelétrica de Peixe Angical (em Tocantis), além do metrô da Barra e da Rodovia Transcarioca (no Rio de Janeiro).