16/08/12 17h00

Brasil impulsiona receita global da Dassault Falcon

Brasil Econômico

Países do Bric já representam mais da metade das vendas de aviões da fabricante, rival da Embraer

Mesmo com a retração da economia global e a crise europeia, a fabricante de jatos executivos Dassault Falcon pretende comercializar 65 aviões neste ano. Para isso, a concorrente de empresas como Embraer, Bombardier e Gulfstream, aposta na força dos países que compõem o BRIC. O Brasil vai ajudar a fechar a conta com ao menos seis jatos entregues até o final de 2012. No ano passado a empresa comercializou 63 jatos e Brasil, Rússia, Índia e China representaram mais da metade das vendas da companhia pela primeira vez.

Em entrevista ao BRASIL ECONÔ- MICO, o CEO global da Dassault Falcon, Jean Rosanvallon, afirmou que há dez anos a representatividade desses países não passava de 20% dos negócios. “A China foi nosso principal mercado em 2011, desbancando os Estados Unidos pela primeira vez. Esse fenômeno deve se repetir nesse ano”, diz o executivo.

Rosanvallon está no Brasil para representar a companhia na Labace, feira de aviação executiva que acontece em São Paulo até sexta-feira. O CEO aproveitou para ressaltar a relevância do país nos planos da companhia e definiu o país como “epicentro da aviação global”.  “Atualmente a participação de mercado da Dassault Falcon no país é de 60% nos jatos de cabine larga, com capacidade para até 19 passageiros”, garante.

Pelas contas do executivo, há cerca de 40 jatos da companhia no Brasil. Empresas como Grupo Pão de Açúcar e Volkswagen figuram na lista de clientes da empresa que está no país desde 1978. Além disso, o banqueiro André Esteves, que ficou conhecido por intermediar a venda do Banco Pactual, do qual detinha 30% de participação para o UBS, também possui um modelo da marca.

Centro de serviços
Para prestar um serviço de pós-venda no país, a marca francesa instalou um centro de serviço na cidade de Sorocaba, no interior paulista, há três anos. O local recebeu aporte de US$ 10 milhões para iniciar as operações e vai receber a mesma  quantia nos próximos cinco anos para reforçar a manutenção de jatos, contratar mais pessoal  e ampliar a área. A unidade brasileira é responsável por manter em funcionamento os equipamentos registrados no Brasil, Argentina e Bermudas e também pode cuidar da manutenção de jatos europeus e americanos. “Para garantir que os reparos sejam rápidos temos US$ 3 milhões em peças estocadas na unidade”, diz.

A parte de aviação executiva representa entra 50% e 60% do faturamento anual da companhia. Cerca de 35% do montante total é proveniente da área militar, que é responsabilidade de Dassault Aviation e o restante vem de atividades espaciais, uma área nova da empresa que está iniciando projetos com a Nasa. Além disso, uma outra parte da companhia é especializada em desenvolvimento de sistemas de software para a aviação e atende a maior parte das fabricantes de aviões do mundo.