17/04/09 11h09

Brasil exporta US$ 1,4 bi e fica em quinto lugar

Gazeta Mercantil - 17/04/2009

O Brasil terá de manter um ritmo de aprimoramento contínuo se quiser concorrer no mercado de terceirização no exterior de serviços de tecnologia da informação (TI) e de processos de negócios (como recursos humanos, logística ou call centers) - também conhecido pelo termo em inglês de "information technology and business process offshore outsourcing" (ITO-BPO). Tal esforço tem um sentido estratégico, pois esse mercado cresce a taxas vigorosas. Só entre 2004 e 2008, a média anual composta de sua expansão no mundo foi de 40%, ante os 3% de crescimento registrados nos mercados domésticos para esses serviços no mesmo período. Em 2008 esse mar de oportunidades de exportação de serviços somou nos cinco continentes US$ 70 bilhões. A fatia captada para o Brasil foi de US$ 1,4 bilhão. E esse bolo tende a crescer. As estimativas para a captação de serviços terceirizados de TI no exterior dão conta de um mercado de US$ 101 bilhões em 2010.

Essas são algumas das conclusões do estudo da consultoria internacional AT Kearney, encomendado pelo governo federal por meio de vários órgãos, como o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e do Desenvolvimento, Indústria e do Comércio Exterior (MDIC), o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), as Agências Brasileiras de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e de Desenvolvimento Industrial (ABDI), e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), numa parceria com a Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom).

Tantos padrinhos para a causa da atração dos serviços de TI ao País faz sentido. As empresas brasileiras têm conquistado posições importantes no cenário internacional: no ranking da consultoria ATKearney, cujos dados trabalhados datam de 2007, o País galgou cinco posições desde 2005, quando ostentava o décimo lugar da lista. De acordo com o estudo, as melhores chances do País dizem respeito a um posicionamento de destino diferenciado, especializado em nichos de mercado para grandes clientes de setores que exigem grande especialização. Exemplos nesse sentido são os setores financeiro e governamental. Os principais diferenciais brasileiros, na avaliação da consultoria, além do forte mercado interno, são os incentivos governamentais dirigidos ao setor, compatibilidade cultural e fuso horário conveniente aos Estados Unidos e Europa, além de direitos de propriedade intelectuais de bom padrão.