02/07/12 16h04

Brasil está mais preparado para enfrentar a crise internacional

Brasil Econômico

Análise foi feita por especialistas e executivos que se reuniram em seminário no Rio de Janeiro

O Brasil está melhor hoje no cenário econômico global do que em 2008, quando os Estados Unidos levaram o mundo a mergulhar em incertezas. Para se manter “bem na foto”, é preciso fazer lições de casa, o que inclui o ajuste fiscal. A avaliação é de especialistas que se reuniram em seminário sobre crise global e suas implicações para o Brasil, no Rio.

O ex-presidente do Banco Central e diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação GetúlioVargas (FGV), Carlos Langoni, diz que o país precisa evitar riscos com austeridade fiscal. “O que o Brasil fez nos últimos anos foi praticar políticas consistentes que geraram no passado um ímpeto de crescimento.O ciclo chegou ao fim e precisamos nos reinventar em termos de políticas de crescimento. Não podemos abrir mão do ajuste fiscal”, diz.

Para empresas, como a Vale, a Ásia hoje é o centro do mundo e vai continuar sendo nas próximas décadas (leia mais ao lado). “O mundo mudou e é preciso ter esse entendimento. Só na Vale, 60% das vendas vão para a Ásia”, disse Tito Martins, diretor financeiro da mineradora.

Surfar com vantagem
Para Langoni, tanto Vale quanto Petrobras conseguem “surfar” com vantagem competitiva, mesmo em uma conjuntura de crise. “A Petrobras descobriu as maiores reservas de petróleo dos últimos há 20 anos e está sentada em cima deumlago de petróleo.AVale tem Carajás Sul, que é o minério de melhor qualidade do mundo. Estes são segmentos que vão alavancar a economia brasileira.

A presidente da agência de classificação de risco Standard& Poor´s, Regina Nunes, também aposta numa melhor fotografia do Brasil diante da crise é . Para ela, no curto e médio prazos a situação econômica deve permanecer estável. Ela citou como pontos favoráveis pouca dependência de exportação pelo Brasil — 12% do PIB — reservas de US$ 350 bilhões e poucas linhas de crédito internacional.