17/10/11 14h34

“Brasil está em ótima posição para competir”

Brasil Econômico

O mundo já não é o mesmo de algumas décadas, os rótulos não se aplicam mais e instituições globais como as Nações Unidas, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (Bird) precisam de reformas que levem em consideração mudanças que colocaram países emergentes como Brasil, Índia, China e Turquia no centro do palco político e econômico mundial, afirmou a ex-secretária de Estado americana Madeleine Albright. “E o Brasil, por ser a economia mais estável entre os emergentes devido ao seu grau de abertura e boa governança, estáem ótima posição para competir, mesmo com alguns desafios, principalmente em relação à inflação e às taxas de juros”, disse.

Ao falar a empresários em São Paulo, Madeleine Albright elogiou o bomdesempenho do mercado interno brasileiro, mas fez a ressalva de que essa condição não significa que “os senhores possam sentar e relaxar porque hoje em dia a saúde econômica de qualquer nação depende parcialmente do desempenho das outras”. Além de insistir na interdependência entre nações,  chamou atenção para a responsabilidade. “À medida que os governos de países emergentes ganham cada vez mais poder também é essencial que aceitem mais o ônus de se lidar com os problemas internacionais.”

Albright citou o exemplo chinês: “não é mais aceitável que a China se defina como país emdesenvolvimento quando quer evitar responsabilidades, e como líder global quando quer ser tratada com respeito”. Na sua avaliação, é irônico ver países da Europa e os Estados Unidos em situação complexa tendo em vista que, no passado, as duas regiões nunca hesitaram em dar palestras e sermões aos países da América do Sul, da Ásia e da África de como se manter a saúde econômica. “Agora, os papéis se inverteram e vemosWashington, Paris e Berlim preocupadas em buscar equilíbrio entre o estímulo econômico e uma contenção fiscal para evitar as rupturas e as falências.”

Ela ponderou que as Parcerias Público-Privadas (PPP) são a melhor resposta num mundo em que nem os governos, nem a iniciativa privada têm todas as respostas. “Majuntos podem ter um impacto positivo maior do que qualquer outra força", afirmou, ao acrescentar, no entanto, que há uma separação entre governo e comunidade de negócios que deve ser mantida: “empresas precisam ter liberdade para fazer experiências e os governos a responsabilidade de garantir que leis sejam implementadas e cumprida”, concluiu a ex-secretária.