Brasil entre os melhores para renovável
Valor EconômicoO Brasil é o país da América Latina mais atrativo para investimentos em fontes renováveis de energia, de acordo com estudo concluído este mês pela consultoria EY. Segundo o levantamento, o país também manteve a nona colocação do ranking dos 40 mercados com melhores condições para investimentos no setor, em relação à pesquisa anterior, feita no ano passado. A lista é liderada pela China, seguida de Estados Unidos, Alemanha e Japão.
O país tem pontuação de 56,7, atrás do Reino Unido (58,5) e à frente da Austrália (56). A pontuação é definida por uma metodologia que considera o grau de estabilidade macroeconômica, ambiente para negócios, priorização para as fontes renováveis, condições de financiamentos para empreendimentos e atratividade dos projetos.
Segundo diretor de Consultoria em Sustentabilidade da EY no Brasil, Mario Lima, o cenário positivo para o país reflete os planos divulgados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) de que a oferta de energia renovável brasileira crescerá entre 35% e 40% por ano nos próximo anos.
Entre as fontes renováveis, desconsiderando as grandes hidrelétricas, o destaque no Brasil continua sendo a energia eólica. "Há uma maturidade do setor, com a instalação de uma cadeia de fornecedores. Agora é preciso viabilizar a vinda de outros fabricantes para o mercado brasileiro, para que haja consolidação sem que seja criado um cartel", disse Lima.
O especialista vê com bons olhos o recente anúncio do governo federal para a realização de dois leilões de solar no país este ano. "Aconteceu a mesma coisa com a energia eólica no Brasil, permitindo a redução dos preços dos projetos. É um bom caminho."
Lima, no entanto, não enxerga um cenário favorável para a geração a biomassa. Para ele, o setor não está amadurecido e compete com a indústria alimentícia.
Apesar do cenário favorável para a energia renovável no Brasil, Lima, afirmou que é preciso garantir a estabilidade regulatória para todos os segmentos, principalmente o de energia solar, que ainda está começando no país. "O investidor não quer por dinheiro onde tiver risco".
Antonio Farinha, sócio da consultoria Bain & Company, tem opinião semelhante. "A questão da previsibilidade das políticas para o setor é muito importante para que os investidores se sintam atraídos." Segundo Farinha, o valor de mercado das elétricas brasileiras caiu cerca de 25% após a Medida Provisória 579/2012, da Renovação das Concessões, que alterou as regras e gerou incertezas no setor.