Brasil e União Europeia intensificam cooperação em pesquisa e inovação
Comissão Europeia negocia com agências brasileiras mecanismos de financiamento para expansão do programa 'Horizon 2020'
Portal BrasilOs ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e das Relações Exteriores (MRE) realizaram o 7º Encontro do Comitê Diretivo Conjunto entre Brasil e União Europeia.
"Esse encontro foge à regra de agendas baseadas somente em intenções futuras, porque nos dá o prazer de conferir uma quantidade muito grande de projetos que nos propomos a fazer no passado e realizamos bem", observou o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Armando Milioni. "Ficamos otimistas com relação aos novos desafios aos quais nos lançamos, pois a história é boa – e se a história é boa, o futuro deve ser bom também."
A reunião foi organizada para planejar novas agendas e atualizar os dois lados acerca de projetos em andamento em áreas como bioeconomia, energia nuclear, nanotecnologia, pesquisa marinha e tecnologias da informação e comunicação (TICs). O encontro aconteceu nesta quinta-feira (19), no Palácio Itamaraty.
A chefe da delegação da União Europeia no Brasil, embaixadora Ana Paula Zacarias, reforçou a importância do diálogo e do entendimento em ciência, tecnologia e inovação (CT&I) no contexto das relações bilaterais. "Nós iniciamos essa parceria em 2007 e, desde então, mantivemos um relacionamento de alto nível", disse. "CT&I são os pilares da nossa relação."
Para o diretor do departamento de Temas Científicos e Tecnológicos do MRE, embaixador Benedicto Fonseca Filho, a cooperação alcançou um "notável progresso". Ele coordenou o encontro ao lado da diretora de Cooperação Internacional da Direção Geral de Pesquisa e Inovação da Comissão Europeia (DG-RTD), Maria Cristina Russo.
Maria Cristina abordou o novo programa europeu de pesquisa e inovação, que apoia projetos internacionais de 2014 a 2020 e visa estimular a economia e garantir a competitividade industrial da Europa, em busca de uma sociedade sustentável e inclusiva.
"Um dos eixos do Horizon 2020 é aumentar e aperfeiçoar a transformação gerada por esses projetos de pesquisa e inovação", explicou. A Comissão Europeia negocia com agências brasileiras mecanismos de financiamento que possibilitem maior participação do País na iniciativa.
Diversificação
O MCTI formalizou a cooperação com o Centro Comum de Pesquisa da Comissão Europeia (JRC) em janeiro de 2013 e já estabeleceu parcerias em biotecnologia, óleo e gás, propriedade intelectual, recursos hídricos, redes elétricas inteligentes (smart grids) e sensoriamento remoto.
Os trabalhos envolvem, por exemplo, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden/MCTI), o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict/MCTI) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI).
A coordenadora de Cooperação com a Europa da Assessoria de Assuntos Internacionais (Assin) do MCTI, Ana Lúcia Stival, ressaltou a diversificação e os resultados concretos da parceria. Ela lembrou que o acordo já gerou um edital do programa Ciência sem Fronteiras, que selecionou dez pesquisadores brasileiros para realizarem projetos em institutos europeus.
O encontro no Itamaraty sinalizou para a área de segurança alimentar e nutricional um novo campo de cooperação.
Após representantes da Comissão Europeia manifestarem interesse em trabalhar com o Brasil em agricultura sustentável, o diretor do departamento de Ações Regionais para Inclusão Social do MCTI (Deare), Osório Coelho, propôs parcerias nos setores de redução de desperdício de alimentos e agroecologia rural e urbana, além do intercâmbio com redes coordenadas pela pasta na União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
Também apresentaram projetos que envolvem o MCTI:
O secretário de Política de Informática, Virgilio Almeida, o coordenador-geral de Biotecnologia e Saúde, Luiz Henrique do Canto Pereira, o coordenador para Mar e Antártica, Andrei Polejack, o coordenador do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), José Mauro Granjeiro, e o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Isaac Obadia.
Participaram do encontro os chefes da Assin, Carlos Henrique Cardim, e da Divisão de Ciência e Tecnologia do MRE, Ademar Seabra, o diretor de Cooperação Institucional do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), Paulo Sérgio Beirão, o coordenador nacional da Rede Universitária de Telemedicina (Rute), Luiz Ary Messina, e a vice-presidenta do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Maria Zaíra Turchi.