17/06/08 14h59

Brasil e países do Bric vão receber mais investimentos em cinco anos

Valor Econômico - 17/06/2008

O Brasil e os outros países do grupo dos Bric (Rússia, Índia e China) vão ganhar ainda mais espaço nos próximos cinco anos como destino do investimento das grandes empresas globais. Pesquisa da KPMG International com mais de 300 companhias de 15 países mostra que 14% dos entrevistados pretendem fazer "investimentos significativos" no país no período 2013/2014, mais que os 10% atuais. Com isso, o Brasil deverá passar da oitava para a sexta colocação. Segundo o estudo, a liderança ficará com a China, que ultrapassará os EUA, os líderes atuais: 24% das companhias pretendem investir pesadamente no país asiático em cinco anos, um forte salto em relação aos atuais 17%. Rússia e Índia deverão ocupar a terceira e a quarta posições, pela ordem. Para Ericson Amaral, sócio-diretor da área de tributação internacional da KPMG, o crescimento mais forte nos últimos anos ajuda a explicar a perspectiva de aumento dos investimentos das grandes empresas globais no país. Ele nota que, de acordo com a pesquisa, o acesso a novos clientes é o principal fator que as companhias levam em conta para definir em que países investir seus recursos. "O Brasil tem um potencial de crescimento muito grande, que vem se realizando razoavelmente nos últimos anos. O mercado interno é um ativo dos mais significativos". Amaral lembra que o Brasil também se sai bem no segundo critério mais importante levado em conta pelas corporações ouvidas no estudo da KPMG: a estabilidade política. O fato de o Brasil ter demorado mais tempo para buscar taxas de expansão mais fortes explica por que o país aparece atrás dos outros Bric na pesquisa, avalia Amaral. O estudo também mostra os setores que mais devem receber investimentos. No Brasil, ao contrário do que poderia se esperar, não são os setores ligados à produção de commodities que mais tendem a se beneficiar das inversões das empresas consultadas pela KPMG. O segmento de produtos industriais deve receber 25% dos investimentos no biênio 2013/2014, bem mais que os 13% atuais, enquanto o de manufaturas tende a aumentar a sua fatia de 11% para 20%. Os investimentos no setor de serviços para empresas devem crescer de 8% para 16% e o de serviços financeiros, de zero para 8%. Em compensação, as inversões no segmento de mineração e serviços públicos tendem a cair de 17% para 14%.