14/04/10 14h18

Brasil é o segundo mais atrativo entre emergentes

Valor Econômico

Os investidores dão sinais de maior otimismo e estão mais confiantes num crescimento robusto da economia mundial. É o que revela pesquisa realizada pelo Bank of American Merrill Lynch com 282 gestores globais entre os dias 1º e 8 de abril. Com a redução das tensões com a Grécia, os administradores de recursos puderam se concentrar na análise do comportamento da inflação, expectativa de expansão econômica e no resultado das empresas, diz o relatório. Os mercados emergentes se mantêm como a região mais atrativa para os gestores. Entre os consultados, 31% têm expectativa de desempenho acima da média ("overweight") para esses países. As posições mantidas pelos gestores nos emergentes, no entanto, se mostraram menores pelo terceiro mês consecutivo.

Na lista de países emergentes preferidos pelos investidores no mês de abril, o Brasil aparece na vice-liderança, atrás apenas da Rússia. Na terceira colocação está a Tailândia. Os números mostram, no entanto, que os investidores reduziram suas posições em Rússia. Em contrapartida, elevaram o posicionamento em Brasil e Coreia. As apostas acima da média no México atingiram 24%, um sinal de confiança na recuperação da economia americana, ressalta o relatório. As posições defensivas se mantêm nos mercados de Israel, Malásia e Chile.

O maior otimismo dos gestores se reflete numa queda significativa na percepção de risco de crédito - apenas 37% dos executivos acreditam que ele está acima do normal em abril. Na pesquisa realizada no início de março, esse percentual era de 54%. Os investidores também reavaliaram a expectativa de alta de juros. A maior parte dos gestores (39%) acredita que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) vai elevar os juros no quarto trimestre do ano.

Mais do que o aumento dos lucros, os gestores listaram os dividendos e os investimentos das empresas como as prioridades a serem observadas nos balanços. É a primeira vez que isso ocorre desde dezembro de 2007. Os dividendos foram colocados em primeiro lugar por 27% dos respondentes e os investimentos, por 43%.

As aplicações dos gestores continuaram se revezando em títulos de renda fixa e ações. Entre os consultados, 52% estão com expectativa acima da média de mercado em ações. Mesmo com relação aos bancos, o pessimismo caiu. O total de investidores que esperam que os papéis das instituições financeiras tenham desempenho abaixo da média ("underweight") somou 10% em abril ante 24% em março.