Brasil é o segundo maior alvo de investimento da IFC
Valor Econômico - 31/10/2006
A International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial de financiamento ao setor privado, destinou US$ 2,6 bilhões aos países da América Latina e Caribe no ano fiscal terminado em junho deste ano, de um total de US$ 8,275 bilhões comprometidos com 284 projetos em 66 países. Em seus 50 anos de existência, a IFC canalizou US$ 31 bilhões em investimentos na América Latina e Caribe. Do total destinado à região em 2006, US$ 1,750 bilhão são recursos próprios e US$ 888 milhões em empréstimos sindicalizados. O Brasil é o segundo país onde a IFC tem maior exposição, depois da Rússia. A IFC tinha ao final de junho uma exposição de US$ 1,5 bilhão no Brasil, equivalente a 7% da sua carteira, e a de US$ 1,974 bilhão na Rússia, com 7%. Fatia semelhante à brasileira tem a China, com US$ 1,498 bilhão. O primeiro investimento da IFC na América Latina foi um crédito de US$ 2 milhões concedido em 1956 à Siemens no Brasil. Desde então, os desembolsos no país somam US$ 8,2 bilhões, dos quais US$ 4,7 bilhões em recursos próprios e o restante sindicalizado. Entre os projetos brasileiros apoiados no último exercício fiscal estão US$ 111 milhões em crédito para o setor financeiro, inclusive para financiar operações de comércio exterior e pequenas empresas. Outro destaque do ano foi o apoio ao projeto de construção de uma planta de energia térmica de 310 megaWatts no Ceará, compreendendo US$ 62,5 milhões em recursos próprios e US$ 67,5 milhões em créditos sindicalizados. Desde 2002, o organismo vem trabalhando nesse tipo de tema com o governo mexicano. Habitação é outro campo em que a IFC vem desenvolvendo parcerias inovadoras na América Latina e agora estendida também para o Brasil depois do acordo com a Rio Bravo Securitizadora para a expansão das operações imobiliárias, que envolveu US$ 1,5 milhão em injeção de capital e mais US$ 22 milhões em crédito. Mas, em volume, o projeto de maior valor que a IFC apoiou no Brasil em 2006 foi o da Suzano Petroquímica para desenvolver clusters de 20 a 30 pequenas empresas transformadoras de produtos petroquímicos em produtos de plástico, e na reestruturação do grupo. O total envolvido é de US$ 200 milhões.