18/11/11 18h25

Brasil é o 37º em lista de competitividade

Brasil Econômico

De um ranking que analisa 43 nações, o Brasil ocupa a 37a posição, atrás de Argentina, Grécia, Itália, Polônia Chile, México e Portugal

O Brasil melhorou sua nota no Índice de Competitividade das Nações em 2011, mas permaneceu na 37º posição entre os 43 países analisados. Estudo apresentado ontem pelo diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) na Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, cruzou 50 mil informações agrupadas em oito fatores determinantes para competitividade de um país.

Atrás de nações como Argentina, Grécia, Itália, Polônia, Chile, México e Portugal, o Brasil está no último quadrante, com competitividade considerada baixa. “O país avançou, mas outros avançaram mais. Mesmo aqueles que estão no centro da crise internacional conseguem se posicionar na frente do Brasil, pois o IC não analisa só conjuntura econômica, mas também infraestrutura social”, explicou Roriz.

Em dez anos o Brasil evoluiu 35% em sua nota, de 18,4 para 24,8: crescimento de 6,4 pontos percentuais. As maiores evoluções no mesmo período foram da China, Coreia do Sul e Rússia. Já os maiores retrocessos foram do Japão, Venezuela e África, respectivamente. Os primeiros países da lista são Estados Unidos, Suíça, Noruega, Hong Kong, Cingapura e Coreia do Sul. Já os piores são Índia, Indonésia, Venezuela e Colômbia.


Gargalos históricos
Os fatores que impedem o aumento da competitividade nacional são velhos conhecidos dos brasileiros: altos juros, carga tributária elevada, crédito caro, baixo nível de poupança interna, baixo investimento, elevados gastos governamentais, pouco estímulo à inovação, spread bancário alto, câmbio desfavorável, infraestrutura deficiente e ineficiência em Saúde e Educação.

“Para se ter uma ideia do quanto ficamos defasados em relação aos países comparáveis com o Brasil, nosso spread é 11,5 vezes maior que o deles e nossos juros para empréstimos são 6,6 vezes maiores”, disse.
Quando o assunto é Educação, a situação não melhora. Na China, 36% dos formados estudaram Engenharia, enquanto, no Brasil, só 7% deles saem engenheiros da universidade.

Desindustrialização
A pesquisa mostra que a participação da indústria é determinante na competitividade de um país e que o Brasil poderia acelerar seu crescimento se aumentasse a participação do setor no Produto Interno Bruto (PIB) — o peso da indústria, no entanto, tem recuado nos últimos anos, abrindo espaço especialmente para o setor de serviços. “O Brasil dobrou seu PIB per capta em 15 anos, numa época em que a indústria respondia por 30% de todos os setores. Hoje, a indústria responde por 15%. Assim, levaria 38 anos para o país dobrar novamente seu PIB per capta”, concluiu Roriz.