03/12/07 11h47

Brasil é o 2º maior investidor externo dos emergentes

Folha de S. Paulo - 03/12/2007

O Brasil foi o segundo maior investidor externo entre países em desenvolvimento em 2006, conforme estudo a ser publicado hoje pela Fundação Dom Cabral e pela Universidade Columbia (EUA). Hong Kong ficou em primeiro lugar no estudo, que considera fluxos de investimento direto estrangeiro. Embora a Companhia Vale do Rio Doce e a Petrobras liderem o ranking das maiores multinacionais brasileiras em termos de ativos, a Gerdau é a primeira no ranking de internacionalização das empresas. Essa lista é feita a partir de um índice principal calculado pela média de ativos, pelo número de funcionários e pela receita no exterior como um percentual de seus respectivos totais. Não foram consideradas empresas de serviços financeiros. A necessidade de buscar acesso a recursos naturais, a mercados mais amplos e a proximidade com consumidores está por trás do aumento da internacionalização de empresas domésticas, diz Luiz Carlos Ferreira de Carvalho, coordenador da pesquisa e do Núcleo de Negócios Internacionais da Fundação Dom Cabral. A Petrobras teve de se internacionalizar para buscar mais recursos naturais, a Gerdau precisou de mercados, enquanto a Vale foi atrás dos dois fatores, explica o coordenador do estudo. A baixa classificação de algumas companhias no ranking de internacionalização, como a Petrobras, que ficou no 18º lugar, se deve, no caso da petrolífera, ao fato de ela possuir a maior parte de seu faturamento e de seus ativos no Brasil. "A maior internacionalização das companhias brasileiras contribui para a balança de pagamentos do país e para a relevância econômica do Brasil, que tem grandes "players" em vários setores, como Vale, Petrobras e Gerdau, maior produtora de aço nos Estados Unidos e nas Américas", diz Carvalho. A internacionalização das empresas brasileiras cresceu rapidamente nos últimos anos, incrementada por mudanças nas regras que dificultavam o investimento externo e por empresas como a Vale e a Petrobras, cujos ativos representam hoje cerca de dois terços do total que possuem no exterior as 20 maiores companhias multinacionais de capital majoritariamente brasileiro.