13/04/08 11h37

Brasil e Índia negociam parceria em alimentos

Folha de S. Paulo - 13/04/2008

Brasil e Índia querem fechar uma parceria para transferir tecnologia brasileira, a partir da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), para o país asiático na área de produção de alimentos. O ministro Guido Mantega (Fazenda) e seu colega indiano, Palaniappan Chidambaram, estiveram reunidos na sede do FMI para acertar detalhes sobre a cooperação, que pretende avançar nas próximas semanas. O preço dos produtos agrícolas e seu impacto na inflação mundial esteve no centro das discussões do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Bird (Banco Mundial) na reunião conjunta dos organismos, que acaba hoje em Washington. A posição do governo brasileiro é que a inflação mundial na área de alimentos (os preços subiram 83%, em média, nos últimos 36 meses) não deve ser combatida com redução do consumo ou com políticas para desaquecer as economias emergentes, mas com aumento da produção mundial. O comitê executivo do FMI já aprovou uma reforma que dará mais peso a alguns países emergentes. O Brasil foi um dos quatro países mais beneficiados pelo realinhamento da divisão de cotas e de votação. O país passará a ter uma cota de 1,78% no Fundo, ou 40% a mais do que antes. Passa a ter também um poder de voto de 1,72%, ou 22% mais do que antes. Só tiveram elevações maiores a China, a Coréia do Sul e a Índia. Essas mudanças ainda precisam ser aprovadas por 85% dos votos dos 185 países-membros do FMI. A proposta prevê um novo realinhamento das cotas a cada cinco anos, levando em conta o tamanho de cada economia do mundo para a redistribuição. Já os EUA, que são favoráveis à reforma das cotas, também propõem "enxugar" a estrutura atual de comando do Fundo, reduzindo o número atual de 24 membros de seu comitê executivo para 20 até 2012.