Brasil e Finlândia planejam fortalecer cooperação em pesquisa e inovação
ProtecO ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, recebeu nesta quarta-feira (07/10) o vice-ministro de Assuntos Econômicos do Ministério do Emprego e da Economia da Finlândia, Jari Gustafsson, acompanhado por delegação diplomática, empresarial e governamental do país nórdico.
"Nosso Governo tem tomado iniciativas, do ponto de vista econômico, para reorganizar o funcionamento do nosso setor produtivo, mas isso não nos impede de honrar a agenda acertada com a Finlândia, que nós continuaremos", disse o ministro, ao recordar as parcerias entre a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI) e a Agência Finlandesa de Financiamento à Inovação (Tekes), com lançamento de chamadas conjuntas para projetos cooperativos em inovação industrial, e entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) e a Academia da Finlândia (AKA).
Gustafsson manifestou interesse em consolidar a cooperação governamental com empresas brasileiras e finlandesas, a fim de impulsionar o conteúdo inovador dos produtos dos dois países no mercado mundial: "De fato, eu queria frisar que temos que dar continuidade às atividades que nós já estamos fazendo. Esperamos que encontremos maneiras de fortalecer a colaboração bilateral".
O vice-ministro comentou sobre o pioneirismo finlandês com empresas nascentes de base tecnológica, simbolizado pela iniciativa Slush, que reúne mais de 15 mil empreendedores pelo mundo. Já Pansera reiterou a ênfase que espera dar a startups em sua gestão no MCTI e sugeriu parcerias bilaterais.
Intercâmbio
Segundo o ministro brasileiro, a Pasta deve "avançar fortemente" em sua política de internacionalização e na busca por conhecimento e tecnologia fora do País, "para que possamos superar o nosso baixo índice de patentes e o excesso de tecnologias na indústria das quais nós não temos domínio".
Na visão do presidente do CNPq, Hernan Chaimovich, as duas partes precisam se conscientizar de que não há transferência de tecnologia automática. "Esses processos envolvem, essencialmente, o diálogo", apontou.
"Não se trata do intercâmbio de coisas, mas de conhecimento. E nós, do Governo brasileiro, temos interesse de manter o diálogo para que isso se torne realidade."
De acordo com Gustafsson, a Finlândia desenvolve uma estratégia nacional em resposta a desafios globais, como mudanças climáticas, com base na criação e na aplicação de projetos em bioeconomia e tecnologias limpas.
Pansera descreveu o programa Ciência sem Fronteiras (CsF) como uma iniciativa do Governo brasileiro em busca de "formação de massa crítica no exterior, para elevar a qualidade e a proficiência da nossa juventude". Ele ressaltou que a ação triplicou a mobilidade de estudantes brasileiros para a Finlândia. Segundo a página Bolsistas pelo Mundo, o CsF possibilitou o embarque de 197 alunos – 17 deles ainda em universidades do país nórdico.
O diretor regional da empresa Vaisala Oyj, Aleksis Kajava, destacou a experiência da companhia na América Latina, desde que chegou ao Brasil nos anos 1960, e recomendou que o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden/MCTI) estude a aquisição de radares meteorológicos finlandeses. Ele informou que o equipamento está presente na Argentina, na Colômbia e na Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).
Também participaram da audiência a secretária executiva do MCTI, Emília Ribeiro, os coordenadores-gerais de Tecnologias Setoriais da Pasta, Eduardo Soriano, o chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais, Carlos Cardim, e o coordenador-geral substituto da Cooperação Internacional do CNPq, Paulo Siqueira. Pelo lado estrangeiro, compareceram o embaixador da Finlândia no Brasil, Markku Virri, e a diretora executiva da Tekes, Teija Lahti-Nuuttila, entre outros representantes.