27/04/16 14h04

Brasil e Europa intensificam cooperação em energia de fusão

Protec

O Brasil promulgou o acordo de cooperação com a Comunidade Europeia de Energia Atômica (Euratom), firmado em 2009, na área de pesquisa sobre energia de fusão. O objetivo é continuar a incentivar o desenvolvimento da energia de fusão como fonte aceitável do ponto de vista ambiental, já que é economicamente competitiva e virtualmente ilimitada. A iniciativa foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (25).

O acordo pretende intensificar a parceria entre o Brasil e a Euratom em seus respectivos programas de fusão nuclear, desenvolvendo os conhecimentos científicos e a capacidade tecnológica no setor. A cooperação se dará em grandes projetos desta geração de tokamaks (reatores experimentais de fusão nuclear); alternativas sustentáveis aos tokamaks; tecnologias de energia de fusão magnética; física de plasma aplicada; políticas e planos de programas; e outras áreas estabelecidas em comum acordo.

A cooperação inclui o intercâmbio e fornecimento de informações sobre atividades científicas e tecnológicas, eventos, práticas e resultados, além de políticas e planos de programas, com troca de informações reservadas. Também é previsto o intercâmbio de cientistas, engenheiros e outros especialistas, por períodos a definir, para participarem em experiências, análises, concepção e outras atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D).

A parceria prevê ainda a organização de seminários e outras reuniões para discussão e troca de informações sobre os temas que envolvem a energia de fusão, além do fornecimento de amostras, materiais, equipamentos (instrumentos e componentes) para experiências, testes e avaliações.

Comitê

Brasil e Euratom instituirão um comitê encarregado de coordenar e supervisionar a realização das atividades previstas no acordopara avaliar o progresso dos planos. Cada parte designará um número igual de especialistas para o comitê e nomeará como chefe de sua delegação um de seus membros designados. O colegiado se reunirá anualmente, no Brasil e na União Européia, alternadamente, ou em outros lugares e datas a definir.

Integrado por Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Ministério das Relações Exteriores (MRE), entre outras instituições, o comitê precisa ser definido para que seja agendada a primeira reunião com a contraparte europeia.

Potencial

De acordo com a avaliação da Organização Internacional de Energia de Fusão (OI-ITER), o Brasil é uma das sete maiores reservas mundiais de urânio e, devido ao programa de propulsão nuclear da Marinha, domina o ciclo do combustível e a tecnologia de reatores nucleoelétricos. "Quando, e se o desejar, terá todas as condições para se tornar protagonista do mercado internacional", destacou, em relatório.

Atualmente, cinco membros da OI-ITER dominam a tecnologia de fusão: a Rússia (o único com tecnologia e grandes reservas de urânio), os EUA, o Japão, a República da Coreia e a França (com tecnologia avançada, mas com reservas escassas ou inexistentes).