09/10/12 14h49

Brasil e EUA se unem para criar índice de competitividade mundial

Brasil Econômico

Intenção é fazer uma medição que inclua conceitos mais atuais, como matriz energética e economia criativa

Brasil e Estados Unidos se uniram para criar um índice mundial de competitividade. A proposta, que já vem sendo discutida entre os 40 países-membros da Federação Global de Conselhos de Competitividade (GFCC, na sigla em inglês), saiu do plano das ideias. No mês que vem, os parceiros apresentam na reunião do grupo, em Dubai, a proposta técnica para apreciação.

A intenção é fazer uma medição que inclua os conceitos e parâmetros mais atuais que vêm sendo discutidos globalmente, de matriz energética a economia criativa. “Queremos um painel que possibilite maior precisão do que está ocorrendo nos países e, principalmente, dos esforços que estão sendo feitos rumos ao desenvolvimento”, disse Otávio Camargo, chefe de gabinete da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).Quanto ao Brasil, ele espera que essa análise consiga elevar ainda mais a atração de investimentos produtivos do exterior.

 Só para este ano, o Banco Central prevê entrada de US$ 60 bilhões em Investimentos Estrangeiros Diretos (IED), o segundo maior volume já apurado só perdendo para 2011 (US$ 66,6 bilhões). Mesmo assim, garante Camargo, não é possível neste momento indicar se o país ficará ou não mais à frente dos dois atuais indicadores de competitividade — 53ª posição no Fórum Econômico Mundial e 46ª no International Institute for Management Development (IMD). “Mas que fique claro o esforço que tem sido feito pelo desenvolvimento.” Não há, garante, intenção de contraposição aos dois rankings, mas, sim, de complementaridade.    “Será mais um elemento para ajudar nas análises para a tomada de decisão dos investidores.”

O diretor-presidente do Movimento Brasil Competitivo (MBC), Eric Camarano, estima que o modelo deva ser validado pelo GFCC no primeiro semestre de 2013, sendo possível divulgar mundialmente o índice em 2014.OMBC participa juntamente com a ABDI dessa formulação pelo lado brasileiro. “É possível constituir um painel alternativo para obter informações até que nos possibilitem avançar mais rápido na agenda do desenvolvimento.”

Durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva, o então ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, enviou, em três ocasiões distintas, cartas ao Fórum Econômico Mundial contestando a posição do Brasil. Alegava que os dados eram muito defasados e que isso prejudicava a classificação brasileira. Agora, sob a gestão da presidente Dilma, em vez de contestar, resolveu- se trabalhar em um novo modelo econométrico. Camargo ressalta que, para formar os dois rankings, são levadas em consideração pesquisas com empresários. Dessa forma podem ser afetados por fatores conjunturais que não refletem o esforço constante de cada país. O novo indicador deve trazer apenas dados concretos, como infra-estrutura, matriz energética, transações comerciais com o mundo, qualidade do sistema bancário, para medir no tempo a evolução das economias que serão avaliadas. “Será um quadro mais detalhista e realista que terá visibilidade mundial com a mesma amplitude dos outros. A ideia é somar esforços”, complementa Camaran