Brasil e China podem firmar parceria em bioenergia para exportar biodiesel
Agência Gestão CT&IO Brasil é um dos principais atores em bioenergia no cenário mundial. Os País é protagonista principalmente na área de biocombustíveis com a produção do bioetanol, do biodiesel e do biogás. Eles já são utilizados pelo sistema de transporte brasileiro em um porcentual superior ao encontrado em outros países. Tais fontes de energia têm uma vantagem estratégica: são menos poluentes. Por isso chamam a atenção de outras nações como a China que vê no Brasil um potencial parceiro para o desenvolvimento tecnológico do setor.
Existe no país asiático um forte trabalho de internalização da bioenergia. Grupos de pesquisa chineses têm trabalhado em diversas frentes de desenvolvimento da fonte, tanto na primeira como na segunda geração de biocombustível. Essa proximidade abriu oportunidade para a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) identificar no país chances de colaboração.
“A expectativa é que o Brasil possa, no futuro, vir a exportar biodiesel para a China. Existem diversas oportunidades de colaboração no tema bioenergia e agora estamos identificando alguns pontos específicos para essa parceria”, afirmou Manoel Teixeira, chefe-geral da Embrapa Agroenergia, durante o evento WBS 2015 - 9th World Bioenergy Symposium, realizado nesta quarta-feira (4), na sede da Embrapa, em Brasília (DF).
Segundo Teixeira, a China vê no Brasil a “oportunidade de viabilizar seu suprimento de biocombustíveis”. A primeira etapa das tratativas, que já está em andamento, é conhecer a linha de trabalho de cada um e suas infraestruturas. “Esperamos que nos próximos meses já possamos estabelecer o primeiro projeto técnico, que tem a possibilidade de ser bilateral como também trilateral, com a participação da Embrapa, do Centro de Pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro [UFRJ] e da Universidade de Tsinghua”.
A parceria tem sido costurada com o Centro China-Brasil de Mudança Climática e Tecnologias Inovadoras para Energia (CCBCE, na sigla em inglês), fundação sino-brasileira voltada a estes setores. De acordo com o diretor da entidade, Dehua Liu, o governo chinês tem focado sua atenção em bioenergia nos últimos anos e pretende mostrar metas promissoras na 21ª Conferência do Clima (COP 21) que acontecerá em Paris, na França, em dezembro.
“A China está lançando um novo plano para os próximos cinco anos. Nele, há vários assuntos em diversos setores relacionados com bioenergia”, informou Liu. “Podemos discutir como realizar uma cooperação em biodiesel, utilizando mecanismos para criar joint-ventures, com empresas que produzam no Brasil para exportar para a China. Temos grande esperança na cooperação científico-tecnológica para produzir bioenergia.”
O 9th World Bioenergy Symposium ocorre até a próxima sexta-feira (6).