15/04/10 10h24

Brasil e China fecham contratos milionários

O Estado de S. Paulo

Na véspera da reunião de cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), empresas brasileiras e chinesas assinaram ontem contratos no valor total de US$ 432 milhões. Os negócios contemplam investimentos, prestação de serviços, e exportação e importação de produtos. As empresas chinesas fazem parte da comitiva que vai acompanhar o presidente da China, Hu Jintao, que estava previsto para desembarcar ontem à noite no País. O maior negócio foi selado pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) com a CISDI Engenharia e chegou a US$ 280 milhões. Segundo fontes envolvidas, a empresa chinesa vai fornecer equipamentos para uma nova unidade de produção de aços da CSN. A siderúrgica brasileira não quis comentar o negócio. "O relacionamento entre Brasil e China está mudando. Não é mais só comércio. Chegou a hora de os investimentos chineses se concretizarem", disse Rodrigo Tavares Maciel, sócio da consultoria Strategus.

Nos contratos selados ontem, dois podem ser classificados como investimentos: uma joint-venture entre a Villarejo Artefatos de Couro e a Xiangxing Bag & Luggage e o estabelecimento de um Centro de Exibição de Commodities do Brasil em Cantão (China) pelas tradings chinesa Jiangmen e brasileira Shengjian. A gigante de telecomunicações chinesa ZTE também se comprometeu ontem a investir US$ 2 milhões em instalações de ensino no Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), sediado em Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais. Ao redor desse instituto surgiu um polo de tecnologia na região. A maior parte dos negócios entre brasileiros e chineses, no entanto, ainda são exportação e importação.

No evento de ontem, também ocorreu uma rodada de negócios, que atraiu 273 empresas brasileiras, interessadas em fazer contato com as 65 companhias chinesas que acompanham o presidente Hu Jintao. Estiveram presentes grandes empresas como Odebrecht, Vale e Embraer, mas também pequenas e médias companhias de vários setores, como energia e máquinas e equipamentos. Representantes da fabricante chinesa de automóveis Jianghuai Automotive Co (JAC) também participaram da reunião. A empresa tem preparativos para construir uma fábrica no Brasil, por meio de investimento direto ou de uma joint venture com uma empresa local.